Portal de Livros Abertos da Editora JRG http://revistajrg.com/index.php/portaljrg pt-BR professorjonas@gmail.com (Jonas Rodrigo Gonçalves) educadordanilocosta@gmail.com (Danilo da Costa) Ter, 13 Abr 2021 19:09:50 +0200 OJS 3.2.1.2 http://blogs.law.harvard.edu/tech/rss 60 EDUCAÇÃO, TECNOLOGIA E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES TEÓRICAS E POSSIBILIDADES PRÁTICAS http://revistajrg.com/index.php/portaljrg/article/view/249 <p style="text-align: justify;">Mudanças constantes e marcantes afetaram o cotidiano de todas as pessoas ao redor do globo em 2020, a Covid-19 trouxe incertezas e alterações na organização social de modo expressivo, sem anunciação a pandemia demandou outras maneiras de socialização e vivência, o cenário educacional do Brasil, assim como nos diversos espaços ao redor do mundo, teve a suspensão de atividades presenciais, com intuito de prevenir a propagação da doença.</p> <p style="text-align: justify;">&nbsp;A implementação de Tecnologias Digitais (TDs) aconteceu de forma inesperada e emergencial objetivando a continuidade das aulas e promovendo positivamente a adaptação ou inclusão desses recursos na Educação, visto que as discussões entorno de sua utilização vem ocorrendo a um tempo, entretanto, também evidenciou disparidades entre o ensino público e privado, assim como, desafios estruturais e desdobramentos sociais expressivos que carecem de atenção.</p> <p style="text-align: justify;">Nesse sentido, tornou-se cada vez mais instigante e indispensável a organização desta obra, que contempla um arranjo de reflexões teóricas e possibilidades práticas entorno da importância que as Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDICs) podem exercer como mediadoras valiosas no processo de efetivação da aprendizagem e na transformação das experiências de cada personagem atuante no cenário educacional.</p> <p style="text-align: justify;"><em>Educação, Tecnologia e Comunicação: Reflexões Teóricas e Possibilidades Práticas </em>aborda um percurso de construções sobre a relação entre Tecnologia, Práticas Educacionais e Aprendizagem e a interação social na contemporaneidade, por meio das redes sociais e diversos canais e equipamentos digitais que se atualizam constantemente e se apresentam como parte de todas relações e ambientes coletivos, juntamente com as relações de segregação e desigualdade oriundas desta composição nos espaços da vida cotidiana e que se caracterizam como impedimentos para seu acesso de modo benéfico.</p> <p style="text-align: justify;">Permeando sobre a realidade dos alunos na escola atual, que se desenvolveram em meio ao fortalecimento da era tecnológica, cabe ao educador promover a assimilação crítica dos conteúdos circulados em rede. Nesta conjuntura os alunos saem da posição de meros expectadores e isto demanda interesse e autonomia de sua parte, e o professor se afasta do lugar de controle e repasse de material, para facilitador e mediador no processo de aquisição de conhecimento, empregando a inovação e o caráter atrativos que esses recursos podem proporcionar, resultando na elevação da noção de solidariedade e empatia para construção de uma “comunidade de aprendizagem”, onde todos se auxiliam cooperativamente.</p> <p style="text-align: justify;">Refletindo sobre o momento histórico-social durante a pandemia, a obra destaca aspectos relevantes que apareceram ou se reforçaram como empecilhos e pontos de análise diante do emprego das TDICs, com o ensino remoto, mostrou-se ainda mais expressiva a resistência de alguns educadores a tecnologia e a necessidade de uma modificação em sua postura para gestão do conhecimento e metodologia utilizada digitalmente. Cabe ainda ponderar sobre a existência de dificuldades pessoais e a falta de ações institucionais destinadas a inferir nesse aspecto de formação e a indispensabilidade de implementação de políticas públicas voltadas para ajustar e atender essas demandas.</p> <p style="text-align: justify;">O livro contribui com uma pesquisa voltada para alertar e sinalizar as dificuldades das pessoas com deficiência em acessar as informações e dar continuidade com o andamento de suas rotinas no contexto pandêmico, fica claro as limitações que aparecem mesmo com os avanços na área da Tecnologia Assistiva, o estudo vislumbra a perspectiva de utilização de aplicativos que podem contribuir para inclusão dos deficientes gerando uma mediação facilitada da comunicação e circulação de conteúdos entre as pessoas equitativamente.</p> <p style="text-align: justify;">Entendemos que a Educação, Tecnologia e Comunicação se estruturam de modo distinto, porém agem de forma complementar, na medida em que a cibercultura se apropria dos diferentes canais de transmissão de conhecimento e relacionamento. O livro traz a relevância de se ter abertura por parte da escola, para utilizar dos recursos tecnológicos para além de sua materialização como equipamentos e softwares, e sim como ferramentas de emancipação e circulação de conteúdo.</p> <p style="text-align: justify;">Compreendemos que, se desdobrar ativa e criticamente sobre a realidade social em relação a cultura digital e seus atributos, reforça a capacidade de todos os participantes da trama Educacional de ser movimentadores de potenciais transformações socioculturais, visto que a aprendizagem transcende os limites físicos da sala de aula.</p> <p style="text-align: justify;">Almejamos que os leitores se sintam motivados e inspirados a percorrer essa trilha de elaborações significativas, voltando-se para cada diferença existente entre as pessoas e os alcances que cada um tem a sua disposição, para aspirar o quanto a Tecnologia pode contribuir positivamente na realidade individual e conjunta, desde que seja utilizada de modo crítico, acessível e como instrumento de transformação, democracia, cidadania, emancipação e justiça social.&nbsp; Boa Leitura!</p> Pricila Kohls Santos, Roberval Angelo Furtado, Danilo da Costa Copyright (c) 2021 Portal de Livros Abertos da Editora JRG http://revistajrg.com/index.php/portaljrg/article/view/249 Ter, 13 Abr 2021 00:00:00 +0200 A EDUCAÇÃO E SEUS PROCESSOS DE REPRODUÇÃO SOCIAL http://revistajrg.com/index.php/portaljrg/article/view/259 <p>Este trabalho é fruto das inquietações que, em educação, advém da necessidade de repassar valores e desenvolver o senso crítico do educando, tornando-o um cidadão consciente e capaz de modificar ou não a sociedade. Apresentam-se os diversos instrumentos que, na prática escolar, podem propiciar a manutenção das ideologias sociais vigentes, estabelecendo-se uma reflexão acerca da continuidade deste processo.</p> Roseane Nogueira Rangel Copyright (c) 2021 http://revistajrg.com/index.php/portaljrg/article/view/259 Qua, 02 Jun 2021 00:00:00 +0200 PROTOCOLO CLÍNICO: TERAPIA NUTRICIONAL NO ADULTO CRÍTICO VÍTIMA DE TRAUMA CRANIOENCEFÁLICO http://revistajrg.com/index.php/portaljrg/article/view/260 <p>O traumatismo cranioencefálico (TCE) é considerado uma importante causa de morte e incapacidade em todo o mundo. Uma série de alterações metabólicas, caracterizadas por um estado hipermetabólico associado a um intenso catabolismo, rapidamente levam um organismo outrora saudável do ponto de vista nutricional, a um estado de desnutrição&nbsp;aguda grave, levando a uma série de complicações.</p> <p>Um dos desafios no tratamento é o estabelecimento de uma terapia nutricional&nbsp;adequada que atenda às necessidades específicas desses pacientes. &nbsp;A literatura traz muitas referências com relação às metas a serem utilizadas em pacientes críticos de uma forma em geral, mas, poucas referências para vítimas de TCE. Nos últimos anos vem se observando cada vez mais recomendações específicas para pacientes críticos em seus cenários específicos, como os de pacientes vítimas de TCE, mostrando que estes cenários, exigem demandas específicas.</p> <p>Dessa forma, propomos a implemetação de um protocolo clínico de terapia nutricional, para que possa ser utilizado por instituições que prestam assistência a indivíduos críticos vítimas de trauma cranioencefálico, com o intuito de possibilitar intervenções nutricionais mais adequadas, resultando em melhorias na assistência, agregando qualidade ao cuidado prestado e reduzindo custos associados à internação.&nbsp;&nbsp;&nbsp;Este protocolo é produto de uma extensa e embasada pesquisa do Programa de Mestrado Profissional em Ciências para a Saúde (MPCS) da Escola Superior em Ciências da Saúde (ESCS) da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (FEPECS) da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal (SES-DF). Foi realizado na UTI Trauma do Hospital de Base – IGESDF – Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal, unidade referência em atendimento a pacientes vítimas de trauma cranioencefálico no Distrito Federal – DF.</p> <p>&nbsp;</p> <p>&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Desejamos que esse material possa ser útil na prática clínica.</p> Stefânia Alves Lima Silva, Renata Costa Fortes, Carmelia Matos Santiago Reis Copyright (c) 2021 http://revistajrg.com/index.php/portaljrg/article/view/260 Qua, 02 Jun 2021 00:00:00 +0200 PROTOCOLO CLÍNICO: TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL DOMICILIAR http://revistajrg.com/index.php/portaljrg/article/view/261 <p>Os cuidados em Terapia Nutricional&nbsp;(TN), que já tem eficácia comprovada em ambiente hospitalar, têm se apresentado como demanda crescente na atenção à saúde em âmbito domiciliar, gerando assim a necessidade do desenvolvimento de estratégias para implementação, organização e qualificação do serviço prestado aos usuários.</p> <p>Diante desse cenário e considerando as recomendações sobre a TN no Sistema Único de Saúde&nbsp;- SUS (Portaria GM/MS n. 850 de 3/05/2012)<sup>1</sup>, que teve como finalidade orientar quanto a estruturação de serviços para suporte nutricional no âmbito hospitalar, ambulatorial e domiciliar, foi elaborado esse protocolo no sentido de orientar os profissionais da equipe multidisciplinar&nbsp;que acompanham os indivíduos que fazem uso da Terapia Nutricional Enteral Domiciliar (TNED).</p> <p>Este protocolo é produto de uma extensa e embasada pesquisa do Programa de&nbsp;&nbsp;&nbsp; Mestrado Profissional em Ciências para a Saúde (MPCS) da Escola Superior em Ciências da Saúde (ESCS) da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (FEPECS) da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal (SES-DF).&nbsp; Foi realizado na Secretaria Municipal de Saúde&nbsp;(SMS) do município de Luziânia-Goiás que atende aos pacientes do SUS.</p> <p>O objetivo deste protocolo é estruturar a prática do nutricionista e da equipe multidisciplinar&nbsp;no âmbito da assistência nutricional ao usuário em uso de TNED cadastrados no programa de dispensação de fórmulas e dieta enteral da SMS e da Equipe Multidisciplinar&nbsp;de Assistência Domiciliar (EMAD) do município de Luziânia-GO, podendo ser utilizado por outros serviços afins.</p> <p>Desejamos a todos (as) uma excelente leitura e que esse protocolo intitulado “<strong>Protocolo Clínico: Terapia Nutricional Enteral Domiciliar”</strong> possa subsidiar a prática clínica.</p> Raquel Souza Miranda Silva, Renata Costa Fortes Copyright (c) 2021 http://revistajrg.com/index.php/portaljrg/article/view/261 Qua, 02 Jun 2021 00:00:00 +0200 MANUAL DE ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS PARA PACIENTES COM CÂNCER COLORRETAL http://revistajrg.com/index.php/portaljrg/article/view/297 <p>Este manual intitulado <strong>“Manual de Orient</strong>0<strong>ações Nutricionais para Pacientes com Câncer Colorretal”</strong> foi elaborado com o propósito de orientar, de forma clara e objetiva, a população, os profissionais da área de saúde e, principalmente, os pacientes com câncer colorretal.</p> <p>Para o alcance deste objetivo, essa obra é composta de 12 tópicos. Nos tópicos 1 e 2 serão abordados o que vem a ser o câncer colorretal e como ocorre o seu surgimento, enfatizando os três estágios da carcinogênese (iniciação, promoção e progressão), respectivamente.</p> <p>No tópico 3, os principais fatores de risco do câncer colorretal serão apresentados, destacando-se aqueles que estão relacionados ao estilo de vida. E, no tópico 4 a detecção do câncer colorretal por meio de exames e alguns sintomas decorrentes dessa neoplasia maligna. A detecção precoce do câncer colorretal é fundamental para que as medidas adequadas sejam realizadas; ou seja, quando é mais provável que seja curável.</p> <p>O tratamento do câncer colorretal pode ocorrer de diversas formas (cirurgia, radioterapia, quimioterapia e &nbsp;imunoterapia). O tópico 5 menciona cada um desses tratamentos e a importância deles. Porém, cabe salientar que o profissional médico é quem irá definir o melhor tratamento para os pacientes.</p> <p>A alimentação, quando inadequada, pode representar cerca de 35% dos cânceres. Sendo assim, no tópico 6 informamos qual é a importância da melhoria dos hábitos alimentares e, no tópico 7 qual é a melhor conduta nutricional a ser seguida.</p> <p>&nbsp;A adoção de um estilo de vida saudável é imprescindível para a manutenção de uma boa saúde. Assim, no tópico 8 estão descritos quais são os hábitos necessários para obtenção de uma vida leve e saudável.</p> Bianca de Carvalho Vilarins, Geovana Zelaya Leite da Costa, Renata Costa Fortes Copyright (c) 2021 http://revistajrg.com/index.php/portaljrg/article/view/297 Ter, 03 Ago 2021 00:00:00 +0200 ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR DO IDOSO - ASPECTOS CLÍNICOS, FISIOLÓGICOS, FARMACOLÓGICOS E NUTRICIONAIS http://revistajrg.com/index.php/portaljrg/article/view/304 <p>Prezado(a) Leitor(a),</p> <p>Este livro intitulado <em>“</em><strong>Abordagem multidisciplinar do idoso: aspectos clínicos, fisiológicos, farmacológicos e nutricionais</strong><em>”</em> está separado em <strong>15</strong> capítulos que descrevem o processo de envelhecimento de forma integrada, considerando os aspectos clínicos, fisiológicos, farmacológicos e nutricionais, bem como a importância da equipe multiprofissional que assiste a população idosa.</p> <p>O Capítulo <strong>1</strong> aborda o impacto do envelhecimento da população brasileira em um processo conhecido como transição demográfica, epidemiológica e nutricional. E, o Capítulo <strong>2</strong>, descreve de forma sucinta e didática as principais alterações fisiológicas, nutricionais e funcionais comumente presentes nos idosos.</p> <p>Os Capítulos <strong>3 a 5 </strong>descrevem as alterações funcionais do idoso com foco na depleção de massa corpórea magra e suas repercussões clínicas negativas evidenciadas&nbsp; na sarcopenia, na fragilidade e nas alterações do estado nutricional, bem como a relação entre desnutrição, cognição e depressão.</p> <p>Outros aspectos muitos corriqueiros em idosos e, na maioria das vezes, neglicenciados são os traumas, o edentulismo e as lessões por pressão. Sendo assim, os Capítulos <strong>6 a 8</strong> abordam os traumas mais comuns na população geriátrica, as repercussões do edentulismo em idosos e os aspectos relacionados às lesões por pressão com foco na atuação da equipe multiprofissional de saúde.</p> <p>A assistência de Nutrição e Enfermagem ao paciente idoso são descritas nos Capítulos <strong>9 e 11</strong>, respectivamente. No Capítulo<strong> 10</strong>, a influência da dieta pró-inflamatória na ocorrência de Alzheimer em idosos é analisada minuciosamente.</p> <p>Tendo em vista que muitos idosos são assistidos pela equipe de saúde no âmbito domiciliar, o propósito do Capítulo <strong>12</strong> é descrever o papel de todos os atores envolvidos nessa assistência, o que inclui os cuidadores, os familiares e a equipe multidisciplinar (nutricionista, médico, enfermeiro, fisioterapeuta, psicólogo, assistente social etc.) – foco centrado no paciente.</p> <p>O &nbsp;Capítulo<strong> 13</strong> mostra a importância da equipe multidisciplinar por meio de uma visão holística da pessoa idosa e, finalmente, os Capítulos <strong>14 </strong>e <strong>15 </strong>&nbsp;apresentam &nbsp;alguns casos e esquemas dietéticos .</p> <p>Desejamos a todos(as) uma ótima e enriquecedora leitura!</p> <p>&nbsp;</p> <p>As coordenadoras.</p> Renata Costa Fortes, Adriana Haack Copyright (c) 2021 http://revistajrg.com/index.php/portaljrg/article/view/304 Ter, 31 Ago 2021 00:00:00 +0200 Outras Palavras para uma Psicologia da Diferença http://revistajrg.com/index.php/portaljrg/article/view/327 <div class="page" title="Page 19"> <div class="layoutArea"> <div class="column"> <p style="text-align: justify;">Este vocabulário é uma construção colaborativa de um pequeno grupo de pesquisa vinculado à Universidade Católica de Brasília. Desde 2010, o grupo se reúne em torno de projetos de pesquisa e intervenção que têm em comum as atuações com populações vulneráveis. O projeto “Outras Palavras” dá continuidade a este longo percurso de pesquisas e intervenções, que abriga um sem-número de monografias, dissertações e teses. Cada estudante que passou pelo grupo carrega consigo o aprendizado de sua autoria, dos encontros, das intervenções e supervisões, dos cursos e leituras compartilhadas; dos eventos próprios e externos, das conferências, do processo de escrita, das oficinas, das colaborações com profissionais externos, palestras. Ao mesmo tempo em que o percurso funcionou e funciona em conjunto com o Ensino e ações de cunho extensionista, deixa marcas em todas as pessoas que tiveram seu caminho cruzado com este. Efeitos dos quais nunca se saberá completamente. Deste percurso, cumpre que destaquemos pelo menos dois marcos. O primeiro data de 2014, quando realizamos uma série de intervenções aliançadas com as teorias feministas e com foco na violência de gênero. Essa experiência nos levou a novas reflexões sobre o papel da Psicologia no enfrentamento de distintas violências, considerando que o sexismo, o racismo, a pobreza, entre outras categorias, estão profundamente enraizados em nossa sociedade e organizam as discriminações. Estas experimentações em torno da violência de gênero (PEREIRA; TIMM, 2015; PEREIRA et al, 2019) gestaram o projeto que tem neste vocabulário um produto. E este é o segundo marco que convém destacar: o vocabulário, a ser apresentado a seguir, como um limiar atravessado no percurso do grupo. Sua construção foi fruto de uma intensa colaboração do grupo, em sua versão mais numerosa, multidisciplinar e maturada. Pela simplicidade intencional com que fora escrito, o vocabulário auxilia que o próprio grupo local comece a se afirmar deste campo – uma vez que a pergunta pela abordagem é recorrente. Auxilia também outras profissionais, da psicologia ou não, a terem sua prática, percepção e produção fora do paradigma da representação. Isto significa retirar o foco da norma para colocá-lo sobre a diferença que é percebida em meio à repetição. A Psicologia da Diferença consiste na criação de um campo conceitual que reúne algumas teorias e ações psicológicas cuja principal característica é a de exercer uma função crítica aos sistemas hegemônicos de significação e poder, especialmente no tocante ao pensamento sobre as diversas vulnerabilidades humanas. Mas “conceitual” não é sinônimo de “abstrato”: um conceito tem relações concretas com as vivências, com o mundo, com a “realidade”. Assim, o campo conceitual da Psicologia da Diferença consiste também em um campo de práticas críticas. Como dito anteriormente, este vocabulário marca um importante traço nesse processo sempre aberto de constituição. Nele estão colocadas e, algumas vezes, exemplificadas as principais definições pelas quais buscamos fazer consistir este campo. Em cada verbete, as autorias se diferenciam da sua abordagem de origem, seja ela humanista, gestaltista, lacaniana, esquizoanalista, e da sua inserção na prática, como na docência e nas artes plásticas, num movimento de aproximação da Psicologia da Diferença. Em diferentes medidas, cada uma das “outras palavras” é uma experimentação. Cada verbete se faz acompanhado de uma experimentação artística. Obras construídas pelo próprio grupo no âmbito das vivências concretas da pesquisa Outras Palavras, buscando desta forma transitar entre conceitos a partir de relações concretas com o mundo, com a realidade. Assim, as peças resultantes da experimentação formam duas séries distintas mas conectáveis: uma de rostos e outra de paisagens, duas explorações singulares no campo da criação plástica. A série de rostos pertence inicialmente à monografia “Mulheres Cansadas: (des) territorialização do corpo” (WARSZAWSKI, 2019) e a série de paisagens foi criada no contexto de experimentações com o desenho de paisagem na docência no ensino superior, e se trata de parte de tese abrigada pela pesquisa. Aqui, as séries de verbetes, rostos e paisagens estão experimentalmente bricoladas, de modo a tencionar criar outra coisa à perspectiva de quem lê e permitindo uma modulação da própria leitura a partir de atravessamentos; vazamentos que a arte permite (e aqui escolhemos a arte visual, mas poderia ser musical ou outra qualquer); tratando de perceber diferentes formas de existências como potência criadora e articulando ética e estética. Entendemos que produzir um texto ou uma pintura são experiências corporais ativas e implicam em ato de elaboração de sínteses, uma desconstrução sistemática e permanente de rearticulação de ideias. Então, a experimentação artística tornou-se para nós uma ferramenta de investigação das próprias formas de subjetivação capaz de produzir afetos nos corpos operantes. Na série textual, buscamos uma linguagem acessível a estudantes de graduação e profissionais interessades. Na construção e editoração dos verbetes e do glossário, foi necessário um esforço de tradução do conjunto de filosofias e teorias trabalhadas e pouco exploradas para possibilitar um entendimento introdutório, mas já operacional. Tal esforço conjunto envolveu a conjugação de simplicidade (para iniciantes) e certo rigor. Os verbetes respondem, pois, à necessidade de “instrumentalizar”, referenciar uma prática psicológica e clínica, permitir modular a ação e atuação de quem lê. Ao mesmo tempo sem perder o que os conceitos têm de mais potentes, subversivos, adequados em suas filosofias de origem. O rigor, portanto, não diz de uma adequação ao Gosto1 de colegas de campos vizinhos ou de estudioses2 das mesmas obras e autorias nas quais nos referenciamos; o rigor diz de um cuidado. Ou seja, para que o esforço de comunicação e tradução não traia aquilo que os pensamentos têm de mais potente em relação ao trágico dos dramas que enfrentamos na clínica e fora dela; aquilo de mais afirmativo do que a ordem constituída nega; e aquilo que tem de mais feliz ao gosto de modos de vida por criar. Instalamo-nos na contracorrente das configurações psicológicas normativas, excludentes e inibidoras da criação de novas formas de vida e novas significações, assim como de um modelo de produção do sujeito humano. Trata-se, pois, de reconhecer diferentes formas de existência ocultadas no processo de positivação das significações hegemônicas. Na perspectiva da diferença, as significações ocultas se revelam como potências criadoras de sentidos emancipadores. Então, a Psicologia da Diferença, por meio também deste vocabulário, torna-se um programa que resulta na problematização. E o faz de maneira interdisciplinar para desenhar a desejada articulação entre psicologia, ética e política. Reúne o fundamental das contribuições de vários pensadores, dentre os quais, Espinosa, que se destaca como eixo em torno do qual se articulam os cruzamentos teóricos realizados. A nossa escuta é mediada pelo campo conceitual ora esboçado. Por essa mediação, é sensível às múltiplas significações que surgem na diversidade de violências que tentam bloquear o surgimento de vidas dissidentes, termo que usamos para designar as vidas chamadas vulneráveis e que assim se tornam por força de estruturas excludentes. Em suma, a prática desse programa ético e político é um exercício de alteridade radical. Que os verbetes funcionem no sentido de aumentar a potência das atuações de cada uma, acoplando-se a outras práticas, outras teorias, outras percepções e atuações, mas também as diferenciando em favor de modos de vida cuja consistência se estabeleça por nossos desejos.</p> <div class="page" title="Page 19"> <div class="layoutArea"> <div class="column"> <div class="page" title="Page 20"> <div class="layoutArea"> <div class="column"> <div class="page" title="Page 20"> <div class="layoutArea"> <div class="column"> <div class="page" title="Page 21"> <div class="layoutArea"> <div class="column"> <div class="page" title="Page 22"> <div class="layoutArea"> <div class="column"> <p style="text-align: justify;">&nbsp;</p> <div class="page" title="Page 22"> <div class="layoutArea"> <div class="column"> <pre style="text-align: justify;">Ondina Pena Pereira <br>Argus Setembrino <br>Carla Freitas Pacheco Pereira</pre> </div> </div> </div> </div> </div> </div> </div> </div> </div> </div> </div> </div> </div> </div> </div> </div> </div> </div> </div> </div> </div> Ondina Pena Pereira, Argus Tenorio Pinto de Oliveira, Carla Freitas Pacheco Pereira Copyright (c) 2021 http://revistajrg.com/index.php/portaljrg/article/view/327 Qua, 15 Dez 2021 00:00:00 +0100