Utilização da azitromicina profilática na sepse em obstetrícia: revisão sistemática
DOI:
https://doi.org/10.55892/jrg.v7i15.1326Palavras-chave:
Azitromicina, Mulheres, Profilaxia, Obstetrícia, SepseResumo
A sepse é uma síndrome de resposta inflamatória sistêmica (SIRS), desencadeada por uma infecção suspeita ou confirmada. Clinicamente, é vista desde uma infecção a um quadro de disfunção orgânica grave. Na obstetrícia, a sepse é uma das principais causas de morte materna, juntamente com as hemorrágicas e doenças hipertensivas. Ademais, a sua ocorrência está atrelada ao aumento de infecção e mortalidade fetal. Por isso, o uso da azitromicina (AZT) tem sido cada vez mais considerado no intraparto, podendo fornecer uma proteção contra bactérias que causam infecções maternas e previne complicações graves no pós-parto. Este trabalho objetiva avaliar o uso da AZT como profilaxia para sepse na obstetrícia. Foram utilizadas como bases, as plataformas PUBMED, SCIELO, LILACS, COCHRANE LIBRARY e EMBASE. Ao todo, foram encontrados 20 artigos, dos quais 13 foram excluídos após a leitura do título e resumo. Durante a leitura completa dos demais, 2 foram eliminados por critérios de exclusão e assim, apenas 5 artigos foram incluídos nesta revisão. Destes, foram avaliadas 44.643 mulheres e observou-se que aquelas que fizeram o uso de AZT, de um modo geral, obtiveram menor incidência de infecções e as que além de realizarem o uso de AZT, tiveram parto vaginal, houve uma redução do risco para sepse e morte materna. Quanto aos recém-nascidos que receberam AZT, houve redução de infecções, mas não houve diminuição do risco de sepse ou mortalidade. Infere-se, então, que o uso de AZT na obstetrícia proporciona um menor índice de complicações maternas durante e após o parto, bem como garante um puerpério mais seguro e reduz quadros infecciosos em neonatos.
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