Funcionalidade e qualidade de vida no pós-operatório do câncer de mama: um estudo transversal

Resumo

O câncer de mama é a neoplasia mais prevalente entre as mulheres e uma das principais causas de mortalidade. O tratamento cirúrgico, embora essencial, pode impactar negativamente a funcionalidade e a qualidade de vida dessas pacientes. Tem-se como objetivo avaliar funcionalidade e qualidade de vida de mulheres diagnosticadas com câncer de mama e submetidas a tratamento cirúrgico. Trata-se de um estudo transversal, observacional e quantitativo, realizado em um ambulatório de fisioterapia de referência no Distrito Federal. Foram aplicados os questionários EORTC QLQ-C30, QLQ-BR23 e DASH, além da avaliação da força de preensão palmar. A análise estatística foi conduzida no software R, considerando um nível de significância de 5%, e utilizando o coeficiente de Spearman para correlações. A amostra incluiu 43 mulheres com média de idade de 53,5 anos. O escore médio de qualidade de vida global foi de 67,63 ±25,47, com pior desempenho na função de papéis (48,44 ±37,93). Os sintomas mais prevalentes foram a fadiga (36,69 ±27,27) e a dor (41,08 ±38,37). A funcionalidade apresentou comprometimento moderado DASH= 47,34±21,03), impactando principalmente atividades laborais. Houve correlação moderada significativa entre pior funcionalidade e menor qualidade de vida, especialmente nos domínios físico (-0,65) e de sintomas no braço (0,67). O estudo demonstrou que o tratamento cirúrgico para câncer de mama afeta significativamente a qualidade de vida e a funcionalidade das pacientes, destacando a necessidade de acompanhamento multidisciplinar para reabilitação e suporte pós-operatório.