O termo de consentimento livre e esclarecido em cirurgias de risco: fundamentos éticos e legais por meio de uma revisão narrativa de literatura

Autores

DOI:

https://doi.org/10.55892/jrg.v8i18.2151

Palavras-chave:

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, Cirurgia de Risco, Autonomia do Paciente, Ética Médica, Responsabilidade Civil

Resumo

Este estudo tem como objetivo analisar, sob perspectiva ética-jurídica, o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) aplicado a cirurgias de risco, identificando requisitos normativos, desafios comunicacionais e repercussões para a responsabilização profissional. Trata-se de uma revisão narrativa de literatura conduzida em bases bibliográficas nacionais e internacionais, complementada pela análise qualitativa de diplomas legais brasileiros (Constituição Federal/1988, Código Civil/2002, Código de Ética Médica/2010 e Resolução n.º 466/2012 do CNS). Os resultados indicam que: (i) a robustez das estratégias de comunicação determina a validade do consentimento e a efetividade da autonomia; (ii) a omissão ou insuficiência informacional é o principal fundamento de demandas judiciais por erro médico; (iii) protocolos institucionais de capacitação contínua e auditoria do TCLE reduzem litígios e padronizam fluxos assistenciais. Conclui-se que o TCLE ultrapassa a condição de formalidade documental, constituindo instrumento dinâmico de diálogo ético e gestão de riscos, imprescindível para alinhar excelência técnica, proteção jurídica e respeito à dignidade do paciente em contextos cirúrgicos complexos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

BEAUCHAMP, T. L.; CHILDRESS, J. F. Principles of biomedical ethics. 8. ed. New York: Oxford University Press, 2019.

BRAUNER, María Claudia; PEREIRA, Sheron dos Santos. O consentimento ao ato médico no Brasil: entre o paternalismo médico e a busca pela proteção dos pacientes e responsabilidade dos médicos. [Periódico não identificado], v. 2, n. 1, p. 158-177, 2021. Disponível em: https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=8144764. Acesso em: 04 abr. 2025.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília: Senado Federal, 1988.

BRASIL. Conselho Nacional de Saúde. Resolução n. 466, de 12 de dezembro de 2012. Disponível em: http://conselho.saude.gov.br. Acesso em: 01 nov. 2023.

CFM – CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA (Brasil). Código de Ética Médica. Brasília, 2010.

CRAWFORD, A. M.; HILL, D. M.; AMARAL, G. P. Ethical challenges in surgery: the role of consent in risky procedures. The Journal of Clinical Ethics, v. 26, n. 1, p. 19-28, 2015.

DE VRIES, R. G.; MACKLIN, R.; FOMBI, A. The Nuremberg Code and the evolution of informed consent. Journal of Law, Medicine & Ethics, v. 42, p. 392-397, 2014.

DONCATTO, Léo Francisco. Use of the informed consent form in aesthetic plastic surgery = Uso do termo de consentimento informado em cirurgia plástica estética. [S.l.: s.n.], 2012.

ESTEVÃO, Lisiene Lélis Lopes; et al. Processo de obtenção de consentimento livre e esclarecido para pessoas analfabetas em procedimentos de saúde. Revista Brasileira de Odontologia Legal – RBOL, v. 9, n. 3, 2023. DOI: 10.21117/rbol-v9n32022-470.

FADE, R. L.; BEAUCHAMP, T. L. A history and theory of informed consent. Oxford: Oxford University Press, 1986.

FERREIRA, Chrystiano de Campos; FERREIRA, Herika Rangel. Termo de consentimento livre e esclarecido: uma revisão de literatura. Brazilian Journal of Health Review, v. 8, n. 1, p. e76767, 2025. DOI: 10.34119/bjhrv8n1-157.

GILLON, R. Medical ethics: four principles approach. 3. ed. London: SAGE Publications, 2015.

KALDJIAN, G. L. Ethics and the right to information in medicine. The Journal of Clinical Ethics, v. 18, n. 1, p. 3-10, 2007.

KAPP, M. B. Informed consent and the law of medical malpractice: the state of the art. New York: Oxford University Press, 2013.

MALLARDI, Vito. The origin of informed consent. Acta Otorhinolaryngologica Italica, v. 25, n. 5, p. 312-327, 2005.

MILLER, F. G.; BRODY, H. The ethical and legal aspects of consent in surgery. Journal of the American College of Surgeons, v. 197, n. 4, p. 481-487, 2003.

NORRIS, A.; VERNON, L.; CARTER, A. Improving communication in informed consent for risky medical procedures. American Journal of Bioethics, v. 18, p. 47-58, 2018.

SHUSTER, E. The Nuremberg Code: its impact on modern research and ethics. International Journal of Bioethics, v. 28, n. 1, p. 7-11, 1997.

SIMÕES, Luiz Carlos Séllos. Informed consent: the medical and legal challenge of our time. Revista Brasileira de Ortopedia, v. 45, n. 2, p. 191-195, 2010. DOI: 10.1016/S2255-4971(15)30292-5. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2255497115302925. Acesso em: 04 abr. 2025.

STJ – SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (Brasil). Responsabilidade médica e o consentimento informado: jurisprudência. Brasília, 2017. Disponível em: http://www.stj.jus.br. Acesso em: 07 nov. 2024.

STRZĄDAŁA, Agata. Geneza świadomej zgody w medycynie krajów anglojęzycznych: od narkozy do świadomości i od kontraktu do praw. [Periódico/obra não especificado], 2024. DOI: 10.4467/12311960mn.23.036.19086.

SUGARMAN, J.; LEMBERG, D. Informed consent and the law. New York: Cambridge University Press, 2011.

WENDLER, D. The ethical justification for informed consent in high-risk surgeries. Bioethics, v. 25, n. 4, p. 181-189, 2011.

WORLD MEDICAL ASSOCIATION. Declaration of Helsinki: ethical principles for medical research involving human subjects. 2013. Disponível em: https://www.wma.net. Acesso em: 08 nov. 2024.

Downloads

Publicado

2025-05-28

Como Citar

SOUZA, Y. P. de. O termo de consentimento livre e esclarecido em cirurgias de risco: fundamentos éticos e legais por meio de uma revisão narrativa de literatura. Revista JRG de Estudos Acadêmicos , Brasil, São Paulo, v. 8, n. 18, p. e082151, 2025. DOI: 10.55892/jrg.v8i18.2151. Disponível em: https://revistajrg.com/index.php/jrg/article/view/2151. Acesso em: 30 maio. 2025.

ARK