Perfil comportamental de mulheres com obesidade em grupo de cuidado continuado em uma Unidade Básica de Saúde do Distrito Federal
DOI:
https://doi.org/10.55892/jrg.v8i19.2545Palavras-chave:
Obesidade, Atenção Primária à Saúde, Intervenção Multiprofissional, Mudança de Comportamento, MulheresResumo
Objetivo: descrever o perfil socioeconômico, clínico e comportamental de mulheres com obesidade participantes de um grupo de cuidado continuado na Atenção Primária à Saúde (APS) e analisar o impacto de uma intervenção multiprofissional nos parâmetros antropométricos e nos hábitos de vida. Métodos: estudo longitudinal de caráter descritivo envolvendo 27 mulheres com diagnóstico de obesidade (IMC ≥ 30 kg/m²) atendidas em uma Unidade Básica de Saúde do Distrito Federal, Brasil. Foram coletadas informações sociodemográficas, condições de saúde, hábitos alimentares, prática de atividade física e medidas antropométricas antes e após a participação em pelo menos sete encontros presenciais do grupo “Viver Melhor”, por um período mínimo de três meses. Os dados foram analisados por estatística descritiva, e as diferenças nos parâmetros antropométricos foram avaliadas por comparação de médias. Resultados: a maioria das participantes era casada (55,6 %) e possuía ensino médio completo (40,7 %). As mulheres desempenhavam papel central nas compras (70,97 %) e no preparo das refeições (80 %) e, apesar de 70,3 % terem feito dieta anteriormente, 96,3 % nunca haviam participado de grupos de reeducação alimentar. Doenças como hipertensão (36,4 %), diabetes (18,2 %) e dislipidemia (15,9 %) foram prevalentes. O peso médio inicial foi 88,63 kg (± 11,18) e o IMC médio 34,92 kg/m² (± 3,23); após a intervenção, o peso médio reduziu para 87,72 kg (± 12,93) e algumas participantes passaram de obesidade para sobrepeso. Todas relataram mudanças positivas, incluindo melhora da disposição para atividades físicas e escolhas alimentares mais saudáveis, como redução no consumo de bebidas açucaradas, aumento no consumo de vegetais e redução no número de participantes que realizam refeições com alguma distração.Conclusão: o grupo multiprofissional na APS promoveu melhoria modesta, porém significativa, nos indicadores antropométricos e estimulou mudanças comportamentais relacionadas ao estilo de vida. A atuação integrada de profissionais de saúde, apoiada por ferramentas teóricas como o Modelo Transteórico de Mudança e a Terapia Cognitivo‑Comportamental, mostrou‑se eficaz para favorecer autonomia e adesão das mulheres com obesidade às recomendações, reforçando a importância de estratégias coletivas na atenção à saúde.
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