Violentada”, De Rafael Gallo: um Corpo Metonímico
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.7742152Palavras-chave:
Corpo metonímico, Fragmentação, Feminino, Androcentrismo, ErradicaçãoResumo
A metonímia é uma figura de linguagem, no qual uma palavra ou expressão é usada para se referir a outra que com ela guarde relação. Ao se aplicar o conceito para as relações de gênero, no âmbito feminino há uma tendência em substituir o todo pelas partes sexualizadas que o compõe. Dada a referida configuração, o propósito do presente trabalho é observar como esse processo transcorre no conto “Violentada”, de Rafael Gallo, cujo enredo é o primeiro contato entre uma mulher vítima de estupro, e o noivo, que vê no ocorrido uma perda de seu capital simbólico. Para o homem, o corpo violado, ainda que por força da coerção física, resume-se a coisa usufruída e a usurpação ao seu direito de posse, resultando na necessária extirpação do objeto sem valor. Em conclusão à análise, foi possível estabelecer duas premissas: a do corpo metonímico, tratado pelo noivo como se fragmentado fosse, e o corpo fluido, resposta da mulher a sua desconstrução física e social. Para dar azo ao proposto, foi realizado o levantamento bibliográfico de materiais relacionados ao tema e, posteriormente, produzidos os resumos e os fichamentos tidos como necessários. Ante a visão macrossistêmica do todo, o cruzamento de algumas informações proporcionou o estabelecimento dos tópicos constantes no presente artigo, tendo como mote responder a seguinte problemática: fragmentação do corpo feminino no conto “Violentada” de Rafael Gallo é uma etapa necessária para a erradicação do outro?
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