As plantas na constituição de professores: formação e prática docente em Biologia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.55892/jrg.v7i14.910

Palavras-chave:

Botânica, Formação de Professores, Currículo

Resumo

A pesquisa tem como objetivo analisar os currículos das Licenciaturas de Ciências Biológicas, a fim de verificar de que modo se dispõem os saberes relacionados às plantas, bem como verificar sua adequação para a formação e prática dos professores de Biologia na região metropolitana de Manaus, no sentido da valorização dos saberes populares amazônicos sobre as plantas. Trata-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa, baseada na análise das entrevistas e questionários de professores de Biologia da cidade de Manaus, bem como por meio da análise de documentos oficiais. Os dados foram analisados por meio da Análise Textual Discursiva. Com base nas análises realizadas, foi possível compreender como está ocorrendo o ensino de conteúdos associados às plantas na formação dos professores e, consequentemente, na formação dos estudantes da educação básica. Com base na Análise Textual Discursiva, obtivemos quatro categorias que emergiram das falas dos professores: Ensino voltado para a sala de aula, espaços e estruturas nas escolas, relações dos professores com as plantas e Ensino de Botânica. Foi possível verificar que durante a formação inicial dos professores, as disciplinas que abordam conteúdos associados às plantas são muito específicas, no que chamamos de "Botânica pura" (Taxonomia, Sistemática, Anatomia e Fisiologia), não havendo nessas disciplinas, uma relação de contexto com a futura prática docente dos licenciandos. Além disso, o próprio conteúdo programático do ensino médio não fortalece a prática do ensino destes conteúdos, já que não consta no conteúdo obrigatório. Dessa forma, de acordo com sua constituição docente, o que envolve os saberes e as experiências de cada professor, alguns desenvolveram habilidades na prática de ensino de Botânica, outros por sua vez, realizam atividades superficiais. Com base nesses resultados, incentivamos uma reflexão e também uma reformulação dos currículos da graduação para que incluam, nos documentos oficiais, uma relação entre as disciplinas específicas de Botânica e a prática do futuro docente, para que, ao formar os docentes, esses sejam capacitados para promover uma aprendizagem de conteúdos associados às plantas com práticas que considerem o universo temático do estudante como elemento estruturador de suas práticas, pois o conhecimento dessa área é essencial na formação de amazônidas que compreendam a relevância de seus saberes para a preservação de sua memória biocultural.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Diana Nunes de Oliveira, Universidade Federal do Amazonas

[Lattes]
Graduada em Ciências Biológicas; Mestra em Ensino de Ciências e Matemática pela Universidade Federal do Amazonas (PPGECIM – UFAM); Professora de Biologia na Secretaria de Estado de Educação e Desporto do Amazonas (SEDUC-AM).

Welton Yudi Oda, Universidade Federal do Amazonas

[Lattes]
Graduado em Licenciatura em Ciências Biológicas (UFAM); Mestre em Ecologia (INPA); Doutor em Educação Científica e Tecnológica pela Universidade Federal de Santa Catarina; Professor Adjunto II da Universidade Federal do Amazonas; Atua no Programa de Pós-Graduação em Ciências e Matemática pela Universidade Federal do Amazonas (PPGECIM – UFAM).

Referências

AMAZONAS (Estado). Lei N. 2.600, de 04 de fevereiro de 2000. Dispõe sobre a reestruturação organizacional do Poder Executivo do Estado do Amazonas, e dá outras providências. Diário Oficial do Estado do Amazonas, Manaus, AM, 2000.

BUSATO, I. R. H. Desenvolvimento de metodologia adequada à disciplina de biologia, que permita uma diminuição da visão fragmentada do saber e contemple uma visão mais integrada e holística. Dissertação (Mestrado). Programa de Pósgraduação em Engenharia de Produção. Universidade Federal de Santa Catarina, 2001.

CAMARA, R. H. Análise de conteúdo: da teoria à prática em pesquisas sociais aplicadas às organizações. Revista Interinstitucional de Psicologia, v.6, n.2, p. 179- 191, 2013.

CNE – Conselho Nacional de Educação. Parecer N° 1.301/2001. Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Ciências Biológicas. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CES1301.pdf. Acessado em 13.04.2020.

COPETTI, C. Botânica na formação inicial de professores: narrativas docentes sobre o processo de como ensinam a ensinar. Tese (Doutora em Ensino de Ciências e Matemática). Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências e Matemática. Universidade Franciscana, 2018.

CRIBB, S. L. S. P. Contribuições da educação ambiental e horta escolar na promoção de melhorias ao ensino, à saúde e ao ambiente. REMPEC – Ensino, Saúde e Ambiente, v. 3, n. 1, p: 42-60, 2010.

CRUSOÉ, N. M.; MOREIRA, N. R. Aproximação entre o campo acadêmico e o campo escolar: um diálogo possível. Revista Tempos e Espaços em Educação, v.10, n.23, p. 223-234, 2017.

FERREIRA, M. S.; SANTOS, A. V. F.; TERRERI, L. Currículo da formação de professores nas ciências biológicas: por uma abordagem para investigar a relação entre teoria e prática. Educ. Temat. Digit, v. 18, n.2, p. 495-510, 2016.

FONSECA-KRUEL, V. S.; SILVA, I. M.; PINHEIRO, C. U. P. O ensino acadêmico da etnobotânica no Brasil. Rodriguésia, v. 56, n. 87, p: 97-106, 2005.

FONSECA-KRUEL, V. S.; PEREIRA, T. S. A etnobotânica e os Jardins Botânicos. Nupeea/Sociedade Brasileira de Etnobiologia e Etnoecologia, 2009, 83 p.

FORD, R. I. Ethnobotany: historical diversity anda synthesis. 1978. In: Fonseca-Kruel, V. S.; PEREIRA, T. S. A etnobotânica e os Jardins Botânicos. Nupeea/Sociedade Brasileira de Etnobiologia e Etnoecologia, 2009, 83 p

GARCIA, C. M. O professor iniciante, a prática pedagógica e o sentido da experiência. Revista Brasileira de Pesquisa sobre Formação de Professores, v. 2, n. 3, p: 11-49, 2010.

GIANOTTO, D. E. P.; DINIZ, R. E. D. Formação Inicial de professores de biologia: a metodologia colaborativa mediada pelo computador e a aprendizagem para a docência. Ciência & Educação, v. 16, n. 3, p. 631-648, 2010.

GONÇALVES, F. P.; MARQUES, C.A. A Experimentação na Docência de Formadores da Área de Ensino de Química. Quím. nova esc. Vol.3 8, N.1, p. 84-98, 2016.

GLAZIER, J. D.; POWELL, R. R. Qualitative research in information management. Englewood: Libraries Unlimited, 2011.

IFAM. 2019a. História do IFAM. Disponível em: http://www2.ifam.edu.br/instituicao/historia-do-ifam. Acesso em 23.02.19 às 17:00.

IFAM. 2019b. Currículo do Curso de Ciências Biológicas. Disponível em: http://www2.ifam.edu.br/campus/cmc/arquivos/cursos/graduacao/cienciasbiologicas/disciplinas-1. Acesso em: 23.01.2019 às 22:00.

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO AMAZONAS. Projeto Pedagógico De Curso – Licenciatura Em Ciências Biológicas. 2019.

Disponível em: http://www2.ifam.edu.br/campus/cmc/diretorias/ensino/diretoria-de-ensino/cursos1/graduacoes/licenciatura-em-ciencias-biologicas/licenciatura-em-ciencias-biologicas Acesso em 10.04.2020.

MALUCELLI, V. M. B. FORMAÇÃO DOS PROFESSORES DE CIÊNCIAS/BIOLOGIA: reflexões sobre os conhecimentos necessários a uma prática de qualidade. Estud. Biol. V. 29, n. 66, p:113-116, 2007.

MELO, G. N. Formação Inicial de Professores para a Educação Básica: uma (re) visão radical. São Paulo em Perspectiva, v. 14, n. 1, p:98-110, 2000.

MORAES, R.; GALIAZZI, M. C. Análise Textual Discurssiva: processo reconstrutivo de múltiplas faces. Ciência & Educação, v. 12, n.1, p: 117-128, 2006.

MORAES, C. L. B.; GUIMARÃES, S. S. M. Ensino de biologia e a perspectiva de currículo nos documentos orientadores nacionais e do estado de Goiás. XVIII ENDIPE. Didática e Prática de Ensino no contexto político contemporâneo: cenas da Educação Brasileira, p. 9576-9680, 2016.

MORAIS, V. C. S.; SANTOS, A. B. Implicações do uso de atividades experimentais no ensino de biologia na escola pública. Investigações em Ensino de Ciências, v. 1, n. 1. p: 166-187, 2016.

MORGADO, F. S. A horta escolar na educação ambiental e alimentar: experiência do projeto Horta Viva nas escolas municipais de Florianópolis. Revista Eletrônica de Extensão, n. 06, p: 1-10, 2008.

ODA, W.Y. A docência universitária em biologia e suas relações com a realidade das metrópoles amazônicas. Tese (doutorado), Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Tecnológica, 2012.

OLIVEIRA, F. C.; ALBUQUERQUE, U. P.; FONSECA-KRUEL, V. S.; HANAZAKI, N. Avanços em pesquisas etnobotânicas no Brasil. Acta Botânica Brasilica, v. 23, p: 590-605, 2009.

OLIVEIRA, D.N. Etnobotânica de quintais de três bairros urbanos de Manaus, Amazonas. Dissertação de Mestrado, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA, 95 p, 2015.

OLIVERA, D. N.; CRUZ, H. R. R. Horta escolar: uma ferramenta pedagógica para a alfabetização científica e o ensino de biologia. In: Anais do II encontro regional de ensino de biologia da regional 6: norte e II seminário integradores de biologia do oeste do Pará (livro eletrônico): a educação em ciências e biologia na Amazônia e sua (bio)diversidade. Universidade Federal do Oeste do Pará. 1. Ed. p. 171-178, 2019.

PATTON, M. Q. Qualitative evaluation methods. Beverly Hills: Sage, 1980.

PEREZ, G. Prática reflexiva do professor de matemática. In: Bicudo, M. A. V. (org). Educação Matemática: pesquisa em movimento. São Paulo: Cortez, 2004.

SAMPIERI, R. H.; CALLADO, C. F.; LUCIO, M.P.B. Metodologia da pesquisa. 5° edição. Dados eletrônicos. Porto Alegre: Penso, 2013.

SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 23. Ed. São Paulo: Cortez, 2007.

SILVA, L. H.; SCHNETZLER, R. P. Contribuições de um formador de área científica para a futura ação docente de licenciandos em Biologia. Rev. Bras. Pesq. Educ. Ciências 1(3):63-73, 2001.

SILVA, R. M. G.; SCHNETZLER, R. P. Constituição de Professores Universitários de Disciplinas Sobre o Ensino De Química. Quím. Nova, vol. 28, n. 6, p. 1123-1133, 2005.

SILVA, J. R. S. Concepções dos professores de botânica sobre ensino e formação de professores. São Paulo, 2013. Tese (Doutorado) – Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo. São Paulo, 2013.

TARDIF, M. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis: Vozes, 2002.

TOLEDO, V. M.; BARRERA- BASSOLS, N. A memória biocultural: a importância ecológica das sabedorias tradicionais. 1 edição. Editora: Expressão Popular. São Paulo, 2015.

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS. Projeto Político Do Curso De Ciências Biológicas (Licenciatura). 2013. Disponível em: https://pt.slideshare.net/joaoatno/projeto-pedagogico-do-curso-de-biologia-uea-am. Acesso em: 10.04.2020.

UEA. 2019a. Apresentação da UEA. Disponível em: http://www2.uea.edu.br/sobre.php?dest=apresentacao# Acesso em 23.02. 2019 às 20:00.

UEA. 2019b. Apresentação do curso. Disponível em: http://cursos3.uea.edu.br/index.php?dest=info&curso=51. Acesso em 10.02.2019 às 12:55.

UFAM, 2012a. História da UFAM. https://ufam.edu.br/historia-da-ugm. Acesso em: 23.02.2019 às 23:00.

UFAM. Projeto Pedagógico do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas Noturno. 2012b.

URSI, S.; BARBOSA, P. P.; SANO, P. T.; BERCHEZ, F. A. S. Ensino de Botânica: conhecimento e encantamento na educação científica. Estudos Avançados 32 (94), 2018.

VIÉGAS, A. L. D. C.; CRUZ, L. M. D. C.; MENDES, A. P. F. T. Formação de Professores em Ciências Biológicas: Desafios, Limites e Possibilidades. Ciênc. Human. Educ, v. 16, n. 5, p: 507-519, 2015.

Downloads

Publicado

2024-01-23

Como Citar

OLIVEIRA, D. N. de; ODA, W. Y. . As plantas na constituição de professores: formação e prática docente em Biologia. Revista JRG de Estudos Acadêmicos , Brasil, São Paulo, v. 7, n. 14, p. e14910, 2024. DOI: 10.55892/jrg.v7i14.910. Disponível em: https://revistajrg.com/index.php/jrg/article/view/910. Acesso em: 21 nov. 2024.

ARK