Análise secular da tendência de mortalidade por Hérnia Inguinal no Brasil, entre 2002 e 2021: um estudo epidemiológico
DOI:
https://doi.org/10.55892/jrg.v7i14.981Palavras-chave:
Inguinal Hernia, Mortality, Brazil, Time Factors, Epidemiology DescriptiveResumo
Objetivo: Analisar a tendência da taxa de mortalidade por Hérnia Inguinal (HI) no Brasil, no período de 20 anos. Métodos: estudo ecológico e descritivo sobre a Mortalidade por HI no Brasil, entre 2002-2021 pelas variáveis região/unidade de federação, raça/cor, sexo, faixa etária e escolaridade. Foram utilizados dados secundários de acesso público do Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde, acessados através do DATASUS via Tabnet. Calculou-se taxas de mortalidade pela população estimada no Censo do IBGE para cada ano analisado. Pela inexistência de estimativas populacionais para as variáveis raça/cor e escolaridade, calculou-se as proporções de óbito. Estimou-se a tendência temporal pelo modelo de Regressão de Paris-Winsten, cuja Variação Percentual Anual foi considerada de redução quando resultados negativos, de crescimento quando positivos e de tendência estacionária quando não há significância estatística (p>0,05). Resultados: No Brasil foram registradas 11.813 mortes por HI de 2002-2021. A Taxa de Mortalidade Média (TMM) brasileira foi de 0,30 mortes/100 mil. As regiões Nordeste e Norte apresentaram a maior e menor TMM nacional, respectivamente, 0,33/100 mil e 0,26/100 mil. Houve crescimento de 5,5% ao ano nos óbitos por HI no país com 24 estados apresentando tendência crescente, 3 tendência estacionária e nenhum apresentou redução. A maioria das faixas etárias apresentaram tendência de crescimento, especialmente entre 30-39 anos. Ambos os sexos apresentaram VPA positiva, sendo maior no sexo masculino. Houve redução dos dados ignorados em relação às variáveis escolaridade e raça/cor. Conclusão: Houve crescimento da mortalidade por HI em todas as macrorregiões do Brasil, em ambos os sexos, naqueles com mais de 4 anos de estudo e acima de 30 anos de idade e entre 15-19 anos. Nenhum grupo etário apresentou diminuição da mortalidade, apesar de tratar-se de doença benigna, de fácil diagnóstico e de tratamento curativo.
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