PROTOCOLO CLÍNICO: TRIAGEM DE RISCO DA FRAGILIDADE
Keywords:
1. Triagem. 2. Nutrição. 3. Protocolo. 4. Risco da Fragilidade I.Título.Abstract
A fragilidade em idosos é definida como uma síndrome clínica caracterizada pela diminuição da reserva energética e da resistência aos estressores, que resulta em um declínio cumulativo de múltiplos sistemas fisiológicos, levando a um estado de maior vulnerabilidade. Essa vulnerabilidade decorre de alterações nos sistemas musculoesquelético, neuroendócrino e imunológico, que associadas aos chamados mecanismos primários, relativos a idade, e secundários, relativos a comorbidades e a desnutrição crônica, podem levar à perda de peso, sarcopenia, redução da força e mobilidade, lentidão, inatividade física e baixo gasto energético. As causas da fragilidade não estão plenamente entendidas e não há um consenso quanto ao seu critério diagnóstico. No entanto, estudos sugerem que as alterações relacionadas ao envelhecimento estão subjacentes à trajetória hipotética da síndrome. Dessa forma, a síndrome da fragilidade gera prejuízos práticos à vida do idoso e de sua família, com repercussões clínicas, psicológicas e sociais, e é relacionada a um maior risco de consequências adversas, como dependência, quedas, hospitalização e institucionalização. Entretanto, a falta de consenso de uma definição que possa ser utilizada como triagem em diferentes populações e que possa auxiliar na identificação precoce de pacientes de alto risco, bem como o fato de alguns profissionais considerarem a fragilidade condição inerente ao envelhecimento, atitude que pode ocasionar intervenções tardias, com potencial mínimo de reversão das consequências adversas oriundas do problema, são fatores preocupantes que dificultam o conhecimento sobre a realidade vivenciada pelos idosos. A progressão desse fenômeno pode levar a um ciclo autossustentado, com potencial decrescente de energia, além do observado como normal do avançar dos anos, usualmente iniciado com a redução de atividade física, tendo como consequência a desnutrição crônica, sarcopenia, redução da força física e do gasto total de energia, transformando um processo que poderia ser revertido em fator determinante de declínio funcional. A fragilidade está associada a consequências que produzem importante impacto sobre a vida do idoso e de sua família. Limitações no desempenho das atividades da vida diária, necessárias para uma vida independente e com autonomia merecem destaque, nesse sentido. Apesar de, na maioria das vezes, a incapacidade funcional ser um desfecho da fragilidade em idosos, ela também pode ser um evento antecedente do fenômeno, especialmente em circunstâncias em que se dá de forma abrupta, a exemplo daquela resultante de um acidente vascular encefálico. Ferramentas de triagem da fragilidade têm sido utilizadas para selecionar quais pacientes devem prosseguir com uma avaliação multidimensional do idoso ou, mais especificamente, com a Avaliação Geriátrica Ampla (AGA) e para quais pacientes uma avaliação mais elaborada é desnecessária. A identificação de grupos de idosos saudáveis, pré frágeis e frágeis pode ajudar na elaboração de políticas públicas e na implementação de programas de cuidado multidisciplinar voltados para o trato da fragilidade em idosos, permitindo a adequação dos serviços às novas demandas relacionadas ao envelhecimento. Nesse sentido, propomos por meio dessa obra a implementação de um protocolo de triagem do risco de fragilidade em idosos para utilização nos serviços públicos e/ou privados, de tal forma que a equipe multiprofissional possa intervir o mais precocemente possível em prol dos pacientes. Ele está estruturado da seguinte maneira: 1) descrição da metodologia de busca; 2) breve introdução; 3) diagnóstico; 4) fluxograma; 5) critérios de inclusão; 6) critérios de exclusão; 7) tratamento; 8) monitorização; 9) acompanhamento pós tratamento; 10) regulação/controle/ avaliação pelo gestor; 11) termo de esclarecimento e responsabilidade e 12) referências. O protocolo é produto de uma extensa e embasada pesquisa desenvolvida no Programa de Mestrado Profissional em Ciências para a Saúde, da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde do Distrito Federal.
Desejamos a todos (as) que esse material possa ser útil na prática clínica.