Perfil de intervenções farmacêuticas em um hospital especializado em Cuidados Paliativos
DOI:
https://doi.org/10.55892/jrg.v8i18.1780Palavras-chave:
Cuidados Paliativos, Hospitais, Serviços de Farmácia Clínica, farmacêuticoResumo
Introdução: Os Cuidados Paliativos buscam melhorar a qualidade de vida de pacientes com doenças ameaçadoras de vida e seus familiares. No hospital, o farmacêutico realiza o acompanhamento farmacoterapêutico, identificando problemas e produzindo Intervenções Farmacêuticas (IFs) para otimizar tratamentos. OBJETIVO: Relatar a experiência do farmacêutico através da análise de IFs; e correlacionar variáveis visando observar aspectos de causalidade, tendências, dependência ou impacto. MÉTODO: A pesquisa utilizou dados secundários do banco da Diretoria de Assistência Farmacêutica (DIASF), com IFs registradas de 2019 a 2023, em um hospital de referência. As IFs foram analisadas por meio de estatística descritiva e correlação com aplicação do teste qui-quadrado de Pearson, considerando significativo p<0,05. RESULTADOS: Foram analisadas 778 IFs, com destaque para um aumento superior a 50% no número de intervenções entre 2020 e 2021. O perfil etário foi de 45 a 80 anos (Ala A), e 75 a 90 anos (Ala C). A equipe médica foi a mais acionada, e os medicamentos mais envolvidos nas IFs foram: morfina, haloperidol e domperidona. Dos problemas primários houve maior frequência na prescrição e dispensação; ao correlacionar com a taxa de adesão, obteve-se um x²= 54,169 e p= 4,51-08. As estratégias primárias a maior prevalência foi de “alteração na prescrição”, ao correlacionar com a adesão obteve-se x²= 35,24 e p= 0,0001. Houve uma taxa de adesão de 90% (Ala A) e 89% (Ala C). A correlação do problema e estratégias primários resultou em um x² = 524,69 e p = 5,82×10⁻⁹⁵. CONCLUSÃO: O estudo destacou IFs em cuidados paliativos, com taxa de adesão às intervenções de 90%. Problemas relacionados à prescrição foram os mais comuns, reforçando o papel essencial do farmacêutico na segurança do paciente e na qualidade de vida. Pesquisas futuras devem criar indicadores para monitorar o impacto das intervenções.
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