A arteterapia no contexto da promoção à saúde mental nos Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Outras Drogas
DOI:
https://doi.org/10.55892/jrg.v8i18.1943Palavras-chave:
Arteterapia, CAPS AD, Reabilitação Psicossocial, Saúde mentalResumo
Resumo
A Reforma Psiquiátrica Brasileira impulsionou a criação de serviços substitutivos ao modelo manicomial, promovendo a desinstitucionalização e os direitos humanos dos indivíduos em sofrimento psíquico. Os Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Outras Drogas (CAPS AD) surgiram como espaços de acolhimento e tratamento, priorizando a autonomia e a reinserção social dos usuários. Neste contexto, a arteterapia se destaca como uma estratégia complementar de cuidado, promovendo expressão emocional, subjetivação e fortalecimento do vínculo terapêutico. Objetivo: analisar a associação entre arteterapia e a promoção de saúde mental nos CAPS AD. Metodologia: revisão integrativa de abordagem qualitativa, baseada em artigos científicos nacionais indexados no Google Acadêmico. Foram selecionados 17 artigos publicados entre 2020 e 2025. A análise dos dados seguiu um roteiro estruturado, abordando a inserção da arteterapia nos CAPS AD, suas principais práticas, seus impactos na subjetivação e autonomia dos usuários, e no processo de desinstitucionalização. Resultados e Discussão: A arteterapia aparece como uma ferramenta eficaz na promoção da saúde mental e na redução do estigma social dos usuários de CAPS AD. Entre as práticas mais frequentes, destacam-se o desenho, a modelagem, a música, a dança e a literatura. Estudos apontam benefícios como a melhora do humor, a redução da ansiedade e o fortalecimento da identidade dos participantes, sendo uma alternativa relevante para a reabilitação psicossocial. Contudo, os estudos analisados evidenciaram uma limitação na produção científica sobre o tema, especialmente em relação a famílias de dependentes químicos e outros grupos socialmente marginalizados. Conclusão: A arteterapia nos CAPS AD se apresenta como um recurso potente na promoção da subjetivação, autonomia e reabilitação psicossocial dos usuários, alinhando-se aos princípios da Reforma Psiquiátrica. No entanto, há uma necessidade de ampliação das pesquisas na área, incluindo abordagens mais diversificadas e investigações sobre os efeitos a longo prazo da arteterapia na promoção da saúde mental.
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