Fadiga e performance funcional de pacientes com câncer hematológico: estudo transversal

Autores

DOI:

https://doi.org/10.55892/jrg.v8i18.1983

Palavras-chave:

Estado funcional, Fadiga, Força muscular, Câncer, Hematologia

Resumo

Os cânceres hematológicos como a leucemia, linfoma e o mieloma múltiplo afetam a medula óssea e o sistema linfático. Esses cânceres podem causar fadiga intensa e alterações na capacidade funcional dos pacientes, impactando na qualidade de vida. Esta pesquisa tem como objetivo avaliar a fadiga e a performance funcional de pacientes com câncer hematológico internados em um hospital especializado do Distrito Federal. Trata-se de um estudo transversal descritivo com abordagem quantitativa. A análise descritiva das variáveis numéricas foi realizada por meio de medidas de tendência central e dispersão. As variáveis categóricas foram apresentadas em frequências absolutas e percentuais, também foi aplicado a análise de correspondência para explorar associações entre sintomas e tipos de neoplasias hematológicas. Modelos de regressão linear foram utilizados para investigar as relações entre força muscular, fadiga e aptidão funcional. O nível de significância adotado foi de 5%. O estudo analisou 56 prontuários, com 37 pacientes elegíveis, majoritariamente mulheres (51,4%) com média de 49 anos. A comorbidade mais comum foi hipertensão arterial sistêmica (40,54%) e o linfoma não-Hodgkin o câncer prevalente (35,14%). Ao diagnóstico, os participantes relataram sintomas como emagrecimento, febre e fraqueza. O desempenho funcional avaliado pela escala KPS revelou que a maioria possuía aptidão para realizar atividades de vida diária com assistência ocasional. De acordo com a escala de Piper, a fadiga variou entre leve e moderada com maior destaque na dimensão afetiva. Houve uma correlação positiva entre força muscular e desempenho funcional, mas não foi observada associação significativa entre força e fadiga. Desta forma, conclui-se que a fisioterapia é fundamental para preservar a força muscular e a autonomia dos pacientes. A fadiga oncológica deve ser tratada de forma multidisciplinar, considerando aspectos físicos, emocionais e sociais, para melhorar a funcionalidade e o bem-estar dos pacientes onco-hematológicos.

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Biografia do Autor

Welber Pereira da Rocha, Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal, DF, Brasil

Fisioterapeuta pelo Centro Universitário de Brasília. Residente do Programa de Residência Multiprofissional em Oncologia pelo IGES-DF. Pós-graduado em Terapia Intensiva Adulto.

Kalléria Waleska Correia Borges, Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal, DF, Brasil

Fisioterapeuta pela Universidade Paulista. Mestre em Ciências da Saúde pela Escola Superior de Ciências da Saúde. Especialista em Fisioterapia Oncológica pela ABFO/COFFITO. Pós-graduada em Terapia Manual, Postural e Oncologia.

Andréia dos Santos Silva, Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal, DF, Brasil

Fisioterapeuta pelo Centro Universitário de Desenvolvimento do Centro-Oeste. Residente do Programa de Residência Multiprofissional em Oncologia pelo IGES-DF. Pós-graduada em Fisioterapia Hospitalar e Docência do Ensino Superior.

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Publicado

2025-03-28

Como Citar

ROCHA, W. P. da; BORGES, K. W. C.; SILVA, A. dos S. Fadiga e performance funcional de pacientes com câncer hematológico: estudo transversal. Revista JRG de Estudos Acadêmicos , Brasil, São Paulo, v. 8, n. 18, p. e081983, 2025. DOI: 10.55892/jrg.v8i18.1983. Disponível em: http://revistajrg.com/index.php/jrg/article/view/1983. Acesso em: 31 mar. 2025.

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