Enfermagem e a avaliação clínica dos mergulhadores militares dos corpos de bombeiros de três estados do Nordeste

Resumo

Introdução: A atividade de mergulho militar impõe riscos à saúde física e mental, exigindo acompanhamento clínico contínuo. A ausência de protocolos específicos compromete a segurança dos mergulhadores dos Corpos de Bombeiros Militares, especificamente na região Nordeste, onde a atuação preventiva da enfermagem é pouco evidenciada. Objetivo: Analisar a atuação da enfermagem na avaliação clínica de mergulhadores e como essa avaliação é realizada nos Corpos de Bombeiros de três estados do Nordeste. Metodologia: Estudo descritivo, com abordagem qualitativa e quantitativa. Participaram 25 mergulhadores militares dos Estados A, B e C. A coleta de dados ocorreu por questionário estruturado e entrevistas semiestruturadas. Dados quantitativos foram analisados por estatística descritiva simples; os qualitativos, por análise de conteúdo temático. Estados e participantes não foram identificados. Resultados: A maioria tinha formação técnica avançada e menos de 10 anos de atuação. Em 87,0% dos casos não havia acompanhamento clínico periódico; 100% relataram ausência de protocolos institucionais para avaliação antes e após mergulhos; apenas 4,3% faziam exames laboratoriais regularmente. A enfermagem atuava apenas em urgências. Houve insatisfação com a assistência à saúde (95,7%) e desconhecimento de normativas específicas (100%). Discussão: Evidenciam-se fragilidades institucionais e ausência de políticas assistenciais e da enfermagem na avaliação clínica, representando risco ocupacional. Conclusão: O estudo revelou extrema deficiência na assistência em saúde aos mergulhadores militares, destacou a necessidade da atuação efetiva e qualificada da enfermagem e ressaltou a urgência na elaboração de protocolos clínicos e estratégias preventivas, a fim de assegurar um cuidado seguro, humanizado e eficaz.