CONTRIBUIÇÕES PARA O DIAGNÓSTICO DO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA: DE KANNER AO DSM-V

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5281/zenodo.4678838

Palavras-chave:

Autismo. TEA-Transtorno do Espectro Autista. História do TEA.

Resumo

O objetivo deste estudo é revisar a trajetória das principais concepções teóricas e pesquisas clínicas que contribuíram para a elucidação e o estabelecimento do diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA) em vários períodos da história, a partir dos principais pesquisadores sobre o tema, por meio de uma revisão não sistemática da literatura. Por se tratar de um transtorno com abordagem multidisciplinar, profissionais de várias áreas estão implicados no diagnóstico e na terapêutica do TEA, e conhecer a história por trás do diagnóstico estabelecido atualmente na Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10), da Organização Mundial de Saúde (OMS), e no Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), da Associação Americana de Psiquiatria (APA), contribui para a compreensão do TEA.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Maria do Socorro Mendes Côrtes, Universidade Católica de Brasília, UCB, DF, Brasil

Doutoranda do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Psicologia da Universidade Católica de Brasília (Brasília – DF, Brasil). Médica Pediatra pela Universidade de Brasília (1988). Especialista em Pediatria pela Sociedade Brasileira de Pediatria, com habilitação em Neonatologia. Especialista em Saúde Perinatal, Educação e Desenvolvimento do Bebê (UnB,2001). Mestre em Psicologia pela Universidade Católica de Brasília (UCB, 2013).

Alessandra Rocha de Albuquerque, Universidade Católica de Brasília, UCB, DF, Brasil

Professora do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Psicologia da Universidade Católica de Brasília (Brasília – DF, Brasil). Doutorado em Psicologia pela Universidade de Brasília (UnB). Pós- doutorado na University of Nevada Reno (UNR, USA). Pesquisadora colaboradora do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia sobre Comportamento, Cognição e Ensino - INCT/ECCE, apoiado pelo MCT, CNPq e FAPESP.

Referências

ARAÚJO, AC & LOTUFO-NETO, F. A Nova Classificação Americana Para os Transtornos Mentais – o DSM-5. Rev. Bras. de Ter. Comp. Cogn., 2014, Vol. XVI, no. 1, p.67-82

BAIO, J., WIGGINS, L., CHRISTENSEN, DL, MAENNER, MJ, DANIELS, J., WARREN, Z., ... & DOWLING, NF (2018). Prevalência de transtorno do espectro do autismo entre crianças de 8 anos - rede de monitoramento de autismo e deficiências de desenvolvimento, 11 locais, Estados Unidos, 2014. MMWR Surveillance Summaries, 67 (6), 1.

HALPERN, R. Manual de pediatria do desenvolvimento e comportamento. Barueri, SP: Manole; 2014. 556 p.

PAHO, 2017 Organização Mundial da Saúde (2017). Folha informativa: transtorno do espectro autista. Disponível em: https://www.paho.org/bra/index.php?Itemid=1098 [ Links ]

FERREIRA, M. E. V., & SMEHA, L. N. (2018). E agora Dr.? O pediatra diante do diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista. PSI UNISC, 2(1), 156-171.

MATOS, EG.; MATOS, TMG & MATOS, GM. (2005). A importância e as limitações do uso do DSM-IV na prática clínica. Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul, 27(3), 312-318. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0101-81082005000300010

PONDÉ, MP. (2018) The crisis of diagnosis in psychiatry and the diagnostic manuals. Rev. Latinoam. Psicopat. Fund., São Paulo, 21(1), 145-166. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/1415-4714.2018v21n1p145.10

LAURENTI, R. (1991). Análise da informação em saúde: 1893-1993, cem anos da Classificação Internacional de Doenças. Revista de saúde pública, 25, 407-417.

OPAS/OMS Brasil - OMS divulga nova Classificação Internacional de Doenças (CID 11) (2018) Disponível em: https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5702:oms-divulga-nova-classificacao-internacional-de-doencas-cid-11

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION – APA. DSM 5. Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, Fifth Edition. Washington, D.C.: American Psychiatric Association, 2013.

BUSNELLO, ED.; Tannous, L.; Gigante, L.; Ballester, D.; Hidalgo, MP.; Silva, V.; Juruena, M.; Dalmolin, A. (in memoriam) & Baldisserotto. G. (1999) Confiabilidade diagnóstica dos transtornos mentais da versão para cuidados primários da Classificação Internacional das Doenças. Rev. Saúde Pública, 33 (5). Disponível em: http://www.fsp.usp.br/rsp

BANDEIRA, J. & CAMPOS, EM. (2017) Perspectivas e principais alterações no DSM-5. Rev Med UFC. 57(1):15-18. Doi: 10.20513/2447-6595.2017v57n1p15-18

CUTHBERT, B. N., & INSEL, T. R. (2013). Toward the future of psychiatric diagnosis: the seven pillars of RDoC. BMC medicine, 11(1), 126.

CASEY, B. J., CRADDOCK, N., CUTHBERT, B. N., HYMAN, S. E., LEE, F. S., & RESSLER, K. J. (2013). DSM-5 and RDoC: progress in psychiatry research? Nature Reviews Neuroscience, 14(11), 810-814.

GAUDERER, E C. Autismo e outros atrasos do Desenvolvimento: uma atualização para os que atuam na área: do especialista aos pais. São Paulo: Sarvier, 1985.

GRANDIN, T. & PANEK, R (2018) O cérebro autista. Tradução de Cristina Cavalcanti. 8.ed. São Paulo: Record.

KLIN, A. Autismo e síndrome de Asperger: uma visão geral. Brazilian Journal of Psychiatry, 28 (Suppl. 1), s3-s11. (2006). Acessado de: https://doi.org/10.1590/S1516-44462006000500002

VOLKMAR, F. R. & WIESNER, L. A. Autismo: guia essencial para a compreensão e o tratamento. Porto Alegre: Artmed. (2019) 356 p.

WHITMAN, T. L. O desenvolvimento do autismo: Social, cognitivo, linguístico, sensório-motor e perspectivas biológicas. Tradução Dayse Batista. São Paulo: M.Books do Brasil (2015).

DONVAN, J. & ZUKER, C. Outra sintonia. A história do autismo. Tradução Luiz A. de Araújo. São Paulo: Companhia das Letras. (2017) 664 p.

SCHWARTZMAN, JS & ARAUJO, CA. Transtornos do espectro do autismo – TEA. São Paulo: Memnon (2011).

DIAS, S. Asperger e sua síndrome em 1944 e na atualidade. Rev. Latinoam. Psicopat. Fund., 18 (2), 307-313, São Paulo (2015). Acessado de: http://dx.doi.org/10.1590/1415-4714.2015v18n2p307.9

FERRARI, P. Autismo infantil: o que é e como tratar. Trad. Marcelo Dias Almada. 4. ed. São Paulo: Paulinas (2012).

FRITH, U. Asperger and his syndrome. In Uta Frith (Ed.) Autism and Asperger syndrome (p. 1-36). Cambridge University Press (1991). Acessado de: https://doi.org/10.1017/CBO9780511526770.001

GAUDERER, E. C. Autismo, década de 80: uma atualização para os que atuam na área: do especialista aos pais. 2. ed. São Paulo: Sarvier (1987).

SCHWARTZMAN, J. S. Cem dúvidas sobre o autismo. São Paulo: Memnon Edições científicas (2018).

SILVA, R. C. Esquizofrenia: uma revisão. Psicologia USP, 17 (4), (2006) p. 263-285. Acessado de: https://doi.org/10.1590/S0103-65642006000400014

ALMEIDA, M. S. Diagnóstico do autismo no CID 11, CID 10 e DSM V. (2019). Recuperado em: https://institutoinclusaobrasil.com.br/diagnostico-do-autismo-no-cid-11-cid-10-e-dsm-v/

FERNELL, E., ERIKSSON, M. A. & GILLBERG, C. Early diagnosis of autism and impact on prognosis: a narrative review. Clinical Epidemiology, 2013: 5.

OMS - Organização Mundial de Saúde CID-10: Classificação estatística internacional de doenças e problemas relacionados à saúde (10. ed.) Genebra, Organização Mundial de Saúde (1996).

WORLD HEALTH ORGANIZATION – WHO The ICD-10 Classification of Mental and Behavioral Disorders: Clinical Descriptions and Diagnostic Guidelines. Geneva: World Health Organization (1992). Acessado de: http://apps.who.int/iris/handle/10665/37958

WORLD HEALTH ORGANIZATION - WHO (2018) ICD - 11 International Classification of Diseases 11th Revision: The global standard for diagnostic health information. 2018.

MORAN, M. DSM-5 fornece nova visão sobre distúrbios do neurodesenvolvimento. Psychiatry News. American Psychiatric Association (2013). Acessado de: https://psychnews.psychia tryonline.org/doi/full/10.1176/appi.pn.2013.1b11

GRINKER, R. R. In Retrospect. The five lives of the psychiatry manual. Nature. v.468 p.168-170 Macmillan Publishers (2010).

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION – APA. Manual diagnóstico e estatístico de transtorno 5 - DSM-5. Tradução Maria Inês Corrêa Nascimento ... et al. Revisão técnica: Aristides Volpato Cordioli... [et al.]. Porto Alegre: Artmed, 2014. xliv, 948p.

KANNER, L. Autistic disturbances of affective contact. Nervous child, 2 (3), (1943) p.217-250.

GADIA, C. A., TUCHMAN, R. & ROTTA, N. T. Autismo e doenças invasivas de desenvolvimento. Jornal de Pediatria, 80 (2, Suppl.) p.83-94 (2004). Acessado de: https://doi.org/10.1590/S0021-75572004000300011

KANNER, L. Follow-up study of eleven autistic children originally reported in 1943. J Autism Dev Disord. 1, (1971) p.119-145. Acessado de: https://doi.org/10.1007/BF01537953

EVANS, B. How autism became autism: The radical transformation of a central concept of child development in Britain. History of the Human Sciences, 26 (3). London: Sage (2013). DOI: 10.1177/0952695113484320

ARTIGAS-PALLARES, J & PAULA, I. El autismo 70 años después de Leo Kanner y Hans Asperger. Revista de la Asociación Española de Neuropsiquiatría, 32 (115), (2012) p.567-587. Acessado de: https://dx.doi.org/10.4321/S0211-57352012000300008

ASPERGER, H. Os “psicopatas autistas” na idade infantil (Parte 1). Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, 18(2), (2015) p.314-338. Acessado de: https://doi.org/10.1590/1415-4714.2015v18n2p314.10

HERMAN, E. Autismo no DSM, 1952-2013. Projeto de História do Autismo. (2019) Acessado de: https://blogs.uoregon.edu/autismhistoryproject/archive/autism-in-the-dsm/

RÊGO BARROS, I. B. Autismo e linguagem: discussões à luz da teoria da enunciação. Distúrbios da Comunicação, 23 (2) (2011).

BETTELHEIM, B. Empty fortress. Infantile Autism and the birth of the self. Simon and Schuster. New York: Free Press (1967).

SILVERMAN, C. & BROSCO, J. P. Understanding autism: parents and pediatricians in historical perspective. Archives of pediatrics & adolescent medicine, 161 (4), (2007) p. 392–398. Acessado de: https://doi.org/10.1001/archpedi.161.4.392

ROSEMBERG, R. (2011) História do autismo no mundo. In Schwartzman, J. S. & Araujo, C. A. Transtornos do espectro do autismo – TEA. São Paulo: Memnon (2011). p. 19-21

RIMLAND, B. Infantile Autism: The Syndrome and its Implications for a Neural Theory of Behavior. New York: Appleton-Century-Crofts (1964).

ASSUMPÇÃO Jr, F. B. & KUCZYNSKI, E. Autismo infantil: novas tendências e perspectivas. 2. ed. Série de psiquiatria da infância à adolescência. São Paulo: Editora Atheneu (2015).

BOSA, C. A. & CALLIAS, M. Autismo: breve revisão de diferentes abordagens. Psicologia: reflexão e crítica, 13 (1), (2000) p. 167-177.

WING, L. & GOULD, J. (1979) Severe Impairments of Social Interaction and Associated Abnormalities in Children: Epidemiology and Classification. Journal of Autism and Developmental Disorders, 9, No. 1, 1979 Plenum Publishing Corporation.

ARAÚJO, C. A. (2011a) Psicologia e os Transtornos do Espectro do Autismo. In Schwartzman, J. S. & Araújo, C. A. Transtornos do espectro do autismo – TEA. São Paulo: Memnon (2011). p. 173-201.

GOLDBERG, K. Autismo: uma perspectiva histórico-evolutiva. Revista de Ciências Humanas, 6 (6), (2005) p. 181-196.

LAMPREIA, C. Os enfoques cognitivista e desenvolvimentista no autismo: uma análise preliminar. Psicologia: reflexão e crítica, 17 (1), (2004) p. 111-120.

ARAÚJO, C. A. (2011b) A intervenção psicológica. In Schwartzman, J. S & Araújo, C. A. Transtornos do espectro do autismo – TEA. São Paulo: Memnon (2011). p. 227-237.

BAER, D. M., WOLF, M. M. & RISLEY, T. R. Some current dimensions of applied behavior analysis. Journal of Applied Behavior Analysis, 1, (1968) p. 91-97.

SELLA, A. C., & RIBEIRO, D. M. O que é a análise do comportamento aplicada. Em A. C. Sella & D. M. Ribeiro, Análise do Comportamento Aplicada ao Transtorno do Espectro Autista (p. 45-58). Appris Editora (2018).

TOURINHO, E. Z. Estudos conceituais na análise do comportamento. Temas em Psicologia, 7(3), (1999) p. 213-222.

LOVAAS, O. I. Behavioral treatment and normal educational and intellectual functioning in young autistic children. Journal of Consulting and Clinical Psychology, 55(1), (1987) p. 3-9. https://doi.org/10.1037/0022-006X.55.1.3

LEON, V. C. Práticas baseadas em experiências para aplicação do TEACCH nos Transtornos do Espectro do Autismo. São Paulo: Memmon (2016).

LEON, V. C. & OSÓRIO, L. (2011) O método TEACCH. In Schwartzman, J. S. & Araujo, C. A. Transtornos do espectro do autismo – TEA. São Paulo: Memnon (2011) p. 263-277.

SANDOMIR, R. (2017) Isabelle Rapin, Who Advanced Concept of an Autism Spectrum, Dies at 89. New York Times, Obituário 9 de junho de 2017. Acessado de: https://www.nytimes.com/2017/06/09/science/obituary-neurologist-isabelle-rapin-autism.html

PREMACK, D. & WOODRUFF, G. Does the chimpanzee have a theory of mind? Behavioral and brain sciences, 1 (4), (1978) p. 515-526.

BARON-COHEN, S., LESLIE, A. M. & FRITH, U. Does the autistic child have a “theory of mind.” Cognition, 21 (1), (1985) p. 37-46.

ASSUMPÇÃO JÚNIOR, FB. & PIMENTEL, ACM. (2000). Autismo infantil. Brazilian Journal of Psychiatry, 22(Suppl. 2), 37-39. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1516-44462000000600010

GILLBERT, C. Debate and Argument: Is Autism a Pervasive Developmental Disorder? J. Child Psychol. Psychiat. vol. 32, N. 7, (1991) p. 1169-1170.

GILLBERG NEUROPSYCHIATRY CENTRE – GCN History. Institute of Neuroscience and Physiology. Sahlgrenska Academy. Universidade de Gotemburgo, Suécia (2016). Acessado de: https://gillbergcentre.gu.se/english/about_us

Downloads

Publicado

2020-12-27

Como Citar

CÔRTES, M. do S. M. .; ALBUQUERQUE, A. R. de . CONTRIBUIÇÕES PARA O DIAGNÓSTICO DO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA: DE KANNER AO DSM-V. Revista JRG de Estudos Acadêmicos , Brasil, São Paulo, v. 3, n. 7, p. 864–880, 2020. DOI: 10.5281/zenodo.4678838. Disponível em: http://revistajrg.com/index.php/jrg/article/view/248. Acesso em: 19 abr. 2024.