O conhecimento em libras para o atendimento de enfermagem à comunidade surda: revisão integrativa

Resumo

A comunicação é um elemento essencial para a qualidade da assistência em saúde, influenciando diretamente a precisão diagnóstica, a adesão ao tratamento e a satisfação dos pacientes. No caso da comunidade surda brasileira, a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) configura-se como ferramenta indispensável para promover inclusão e equidade. Apesar do reconhecimento legal da LIBRAS como meio oficial de comunicação (Lei nº 10.436/2002; Decreto nº 5.626/2005; Lei nº 13.146/2015), muitos profissionais de saúde, em especial os de enfermagem, ainda apresentam lacunas de conhecimento. O objetivo desse trabalho foi investigar como o conhecimento em LIBRAS pelos profissionais de enfermagem influencia no atendimento à comunidade surda. O estudo trata-se de uma revisão integrativa, utilizando o método PICo para formular a pergunta norteadora: “Qual é o conhecimento em LIBRAS dos profissionais de enfermagem no atendimento prestado à comunidade surda?”. Para a busca bibliográfica foram utilizadas as bases BVS, LILACS e SciELO com artigos publicados entre 2019 e 2024, utilizando os descritores “Atendimento”, “Enfermagem” e “LIBRAS”, combinados com o operador booleano AND. Os resultados apontam que a ausência de proficiência em LIBRAS entre os profissionais de saúde compromete a comunicação efetiva, favorece mal-entendidos, gera insegurança nos pacientes e pode ocasionar falhas diagnósticas e terapêuticas. Evidenciou-se que muitos atendimentos ainda se restringem ao uso de mímicas, escrita e mediação de familiares. Conclui-se que a qualificação em LIBRAS ultrapassa o cumprimento de um requisito legal, constituindo-se em compromisso ético, humano e profissional. A comunicação inclusiva fortalece o vínculo terapêutico, amplia a segurança do paciente e promove cuidado integral e equitativo.