Terapias complementares e alternativas para o climatério: desafios da atuação da enfermagem

Resumo

O climatério é caracterizado pela mudança da produção de hormônios ovarianos, descrita por várias manifestações, como ondas de calor, distúrbios do sono, alterações de humor e mudanças na composição corporal. Nos últimos anos, uma tendência crescente foi observada em relação ao uso de terapias complementares e alternativas aos sintomas relacionados ao climatério. O objetivo foi identificar e discutir as evidências científicas sobre as abordagens de terapias complementares e alternativas em relação ao climatério, bem como os desafios da atuação da enfermagem. Trata-se de uma revisão integrativa de caráter exploratório, direcionada pela estratégia PICo, onde surgiu a pergunta norteadora: “Quais são os desafios enfrentados pela enfermagem na utilização de terapias complementares e alternativas no cuidado às mulheres durante o climatério, segundo as evidências científicas disponíveis na literatura?”. Contemplando artigos publicados entre 2019 e 2024, selecionados nas bases da BVS, LILACS e SciELO, com o uso de descritores específicos, e eliminando artigos duplicados, incompletos, bem como teses, dissertações e resumos. Foram incluídos seis estudos que atenderam aos critérios de elegibilidade. Os resultados apresentam falhas no conhecimento sobre o climatério, tanto entre mulheres quanto entre enfermeiros, causando subutilização de terapias não hormonais, apesar de sua eficácia na redução dos sintomas. Conclui-se que a atuação da enfermagem nesse contexto ainda enfrenta inúmeras barreiras. Entre os principais, a insuficiência de capacitação técnica e científica, a ausência de reconhecimento institucional e a falta de políticas públicas que incentivem a prática das terapias complementares no âmbito do Sistema Único de Saúde.