Toxicidade preliminar dos extratos e frações obtidas das folhas e das cascas do caule da Dalbergia brasiliensis
DOI:
https://doi.org/10.55892/jrg.v7i14.896Palavras-chave:
Dalbergia brasiliensis, Toxicidade preliminar, Artemia salina, Atividade hemolíticaResumo
O gênero Dalbergia Linn. f. (Fabaceae) contém cerca de 250 espécies e encontra-se ameaçado em extinção devido ao alto valor econômico da sua madeira. Muitas espécies do gênero são utilizadas na medicina tradicional chinesa. A espécie Dalbergia brasiliensis ocorre de forma natural no Brasil (Cerrado e Floresta Atlântica) e possui poucos estudos na literatura. O objetivo do estudo foi avaliar a toxicidade preliminar por meio do ensaio frente ao microcrustáceo Artemia salina Leach. e pela avaliação da atividade hemolítica dos extratos e frações das cascas do caule e das folhas da espécie Dalbergia brasiliensis. No ensaio sistemático de prospecção fitoquímica, nos extratos aquoso e hidroalcóolico das folhas, mostraram a presença de alcaloides, flavonoides, esteroides, iridóides, taninos condensados e aminogrupos; nos extratos das cascas mostraram os mesmos compostos e ainda, heterosides antocianicos e saponínicos. O material vegetal seco e triturado foi utilizado para a obtenção dos extratos brutos etanólicos em aparelho Soxhlet. A partir do extrato bruto das cascas do caule e das folhas, foram obtidas as frações hexano, clorofórmio e acetato de etila. Em relação a toxicidade preliminar frente a A. salina, todas as amostras apresentaram um valor de CL50 superior a 1000μg/mL, evidenciando a baixa toxicidade. Na avaliação da atividade hemolítica, o mesmo resultado negativo foi evidenciado nas placas de Agar sangue. Na avaliação em tubos, a fração hexanica da casca apresentou resultado positivo necessitando de mais estudos para compreender sua atividade tóxica. A baixa toxicidade dos extratos e frações de D. brasiliensis nos testes realizados demostra o potencial desta planta para futuros estudos de purificação de compostos e de determinação de outras atividades biológicas.
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