Relação entre forças de caráter e bem-estar: revisão sistemática da literatura

Autores

DOI:

https://doi.org/10.55892/jrg.v7i14.957

Palavras-chave:

Forças de Caráter, Bem-Estar, Psicologia Positiva

Resumo

As forças de caráter são características humanas positivas, vistas como um determinante interior para uma vida de satisfação, felicidade e bem-estar. Tendo em vista a relevância e amplitude do tema, esta revisão sistemática teve como objetivo apresentar um levantamento de pesquisas empíricas nacionais e internacionais dos últimos 10 anos (2013 a 2023), que abordaram a relação entre forças de caráter e bem-estar, investigando qual tipo de bem-estar foi mais citado, quais os instrumentos utilizados, quem são os participantes e quais forças de caráter mais se correlacionam com o bem-estar em cada estudo. A pesquisa foi feita no Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), utilizando-se os descritores “forças de caráter” e “bem-estar” no título em português e em inglês. A amostra final foi composta de 9 estudos empíricos, sendo 2 brasileiros e 7 internacionais. A partir da revisão da literatura identificamos que as forças de caráter de um modo geral contribuem para o bem-estar dos seres humanos, que há mais pesquisas sobre o bem-estar subjetivo e com delineamento quantitativo. De acordo com os estudos analisados, as 5 forças que mais se relacionam positivamente com o bem-estar são: gratidão, esperança, bondade, espiritualidade e entusiasmo. Identificamos semelhanças e diferenças nos instrumentos de medição de forças de caráter e bem-estar e concluímos que pesquisas abordando a relação entre esses dois construtos ainda são escassas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Raquel Lima Alves Babolin, Universidade Católica de Brasília

[Lattes]
Doutoranda e Mestre em Psicologia pela Universidade Católica de Brasília, Especialista em Administração Escolar. Especialista em Orientação Escolar e professora da SEDF.     

Cláudia Cristina Fukuda, Universidade Católica de Brasília

[Lattes]
Doutora em Psicologia pela Universidade de Brasília (2003), graduação em Psicologia (1992), especialização em (1995), mestrado em Psicologia Social e do Trabalho (1997) pela Universidade de Brasília e Pós-Doutorado em Psicologia Social pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto, Portugal (2018).

Referências

Araujo, L. F. de. (2013). A psicologia positiva como fomentadora do bem-estar e da felicidade. Psicologia em Estudo, 18(4), 753-755.

Butler, J., & Kern, M. L. (2012). The PERMA-Profiler: A brief multidimensional measure of flourishing. International Journal of Wellbeing, 6(3), 1-48. https://doi.org/10.5502/ijw.v6i3.526.

Cameron, K. S., & Caza, A. (2004). Introduction: Contributions to the discipline of Positive Organizational Scholarship. American Behavioral Scientist, 47(6), 731-739. https://doi.org/10.1177/0002764203260207

Couto R. N., & Fonsêca P. N. (2019). Character strengths in the Brazilian northeast region: contributions of personality beyond age and sex. Estudos de Psicologia (Campinas), 36, e18137. doi: 10.1590/1982-0275201936e180137

Dametto, D. M., & Noronha, A. P. P. (2019). Forças de caráter e bem-estar subjetivo na adolescência. Estudos de Psicologia (Natal), 24(4), 340-348. https://dx.doi.org/10.22491/1678-4669.20190034

Diener, E., Oishi, S., & Lucas, R. E. (2018). National accounts of subjective well-being. American Psychologist, 70(3), 234-242.

Diener, E., Pressman, S. D., Hunter, J., & Chase, D. (2017). If, why, and when subjective well-being influences health, and future needed research. Applied Psychology: Health and Well-Being, 9(2), 133-167.

Doman, F. (2021). Forças Autênticas – Aumente sua Felicidade, sua performance e seu sucesso com coaching de psicologia positiva. Goiânia: Vozes.

Francisco, R., Raposo, B., & Sesifredo, M. (2018). Promoção da Saúde e Bem-Estar dos Adolescentes: uma Via para o Florescimento? PPRJ, 1(1), Supplement 2. December. https://doi.org/10.33525/pprj.v1i1.70

Freire, T., Zenhas, F., Tavares, D., & Iglésias, C. (2014). Felicidade Hedónica e Eudaimónica: Um estudo com adolescentes portugueses. Análise Psicológica, 31, 329–342.

Freitas, E. R., & Barbosa, A. J. G. (2021). Forças de caráter: chaves para a psicologia positiva. Belo Horizonte: Artesã. ISBN: 978-65-86140-73-6.

Grinhauz, A. S. (2015). El estudio de las fortalezas del carácter en niños: Relaciones con el bienestar psicológico, la deseabilidad social y la personalidad. Psicodebate, 15, 43-68. https://doi.org/10.18682/pd.v15i1.483

Gustems, J., & Calderon, C. (2014). Character Strengths and Psychological Wellbeing Among Students of Teacher Education. International Journal of Educational Psychology, 3, 265-286. https://doi.org/10.4471/ijep.2014.14

Hausler, M., Strecker, C., Huber, A., Brenner, M., Höge, T., & Höfer, S. (2017). Distinguindo aspectos relacionais de forças de caráter com bem-estar subjetivo e psicológico. Frontiers in Psychology, 8, 1159. doi: 10.3389/fpsyg.2017.01159

Koller, S. H., Couto, M. C. P. P., & Hohendorff, J. V. (2014). Métodos de pesquisa: manual de produção científica. Porto Alegre: Penso.

Kretzschmar, A., Harzer, C., & Ruch, W. (2023). Forças de caráter em adultos e adolescentes: sua medição e associação com o bem-estar. Journal of Personality Assessment, 105(1), 34-47. DOI:10.1080/00223891.2022.2043879

Niemec, R. M. (2019). Intervenções com forças de caráter: um guia de campo para praticantes. (G. Ebers, Trad.). São Paulo: Hogrefe.

Noronha, A. P. P., & Barbosa, A. J. G. (2016). Forças e virtudes: escala de Forças de Caráter. In C. S. Hutz (Org.), Avaliação em psicologia positiva: técnicas e medidas (pp. 21-43). São Paulo: Hogrefre.

Noronha, A. P. P., & Batista, H. H. V. (2020b). Análise da estrutura interna da Escala de Forças de Caráter. Ciencias Psicológicas, 14(1), 1-12. doi: 0.22235/cp.v14i1.2150

Noronha, A. P. P., & Martins, D. F. (2016). Associações entre Forças de Caráter e Satisfação com a Vida: Estudo com Universitários. Acta Colombiana de Psicología, 19(2), 97-103. doi: 10.14718/ACP.2016.19.2.5

Noronha, A. P. P., Silva, E. N., & Rueda, F. J. M. (2018). Relaciones entre fortalezas del carácter y percepción de apoyo social. Ciencias Psicológicas, 12(2), 187-193. doi: 10.22235/cp.v12i2.1681

Noronha, A. P. P., Dellazzana-Zanon, L. L., & Zanon, C. (2015). Internal structure of the Strengths and Virtues Scale in Brazil. Psico USF, 20(2), 229-235. doi: 10.1590/1413-82712015200204

Mauss, I. B., Tamir, M., Anderson, C. L., & Savino, N. S. (2011). Can seeking happiness make people happy? Paradoxical effects of valuing happiness. Emotion, 11(4), 807-815. doi: 10.1037/a0022010» https://doi.org/10.1037/a0022010

Martínez-Martí, M. L., & Ruch, W. (2014). Character strengths and well-being across the life span: Data from a representative sample of German-speaking adults living in Switzerland. Frontiers in Psychology, 5, 1253. https://doi.org/10.3389/psyg.2014.01253

Oliveira, C., Nunes, M. F. O., Legal, E. J., & Noronha, A. P. P. (2016). Bem-Estar Subjetivo: estudo de correlação com as Forças de Caráter. Avaliação Psicológica, 15, 177-185. https://doi.org/10.15689/ap.2016.1502.06

Park, N., Peterson, C., & Seligman, M. E. P. (2006). Character strengths in fifty-four nations and the fifty US states. The Journal of Positive Psychology, 1(3), 118-129. doi: 10.1080/17439760600619567

Peterson, C., & Seligman, M. E. P. (2004). Character strengths and virtues: A handbook and classification. Oxford University Press.

Peterson, C., Ruch, W., Beerman, U., Park, N., & Seligman, MEP (2007). Forças de caráter, orientações para a felicidade e satisfação com a vida. Jornal de Psicologia Positiva, 2, 149-156. doi: 10.1080/17439760701228938

Proyer, R. T., Gander, F., Wellenzohn, S., & Ruch, W. (2013). What good are character strengths beyond subjective well-being? The contribution of the good character on self-reported health-oriented behavior, physical fitness, and the subjective health status. The Journal of Positive Psychology, 8(3), 222–232. https://doi.org/10.1080/17439760.2013.777767

Rich, G. J. (2001). Positive psychology: An introduction. Journal of Humanistic Psychology, 41, 8-12.

Ruch, W., Martínez-Martí, M. L., Proyer, R. T., & Harzer, C. (2014). The character strengths rating form (CSRF): development and initial assessment of a 24-Item rating scale to assess character strengths. Pers. Individ. Dif., 68, 53–58. doi: 10.1016/j.paid.2014.03.042

Schultz, D. P., & Schultz, S. E. (2014). História da Psicologia Moderna. (C. N. Uemura, M. de M. Zanella, & S. S. M. Cuccio, Trads.). 10.ed. São Paulo: Cengage Learning.

Seligman, M. E. P., & Csikszentmihalyi, M. (2000). Psicologia positiva: uma introdução. American Psychologist, 55(1), 5–14. https://doi.org/10.1037/0003-066X.55.1.5

Seligman, M. E. P. (2009). Felicidade autêntica: usando a Psicologia Positiva para a realização permanente. Rio de Janeiro: Objetiva.

Seligman, M. E. P. (2011). Florescer - uma nova e visionária interpretação da felicidade e do bem-estar. Rio de Janeiro: Objetiva.

Seligman, M. E. P. (2019). Florescer: uma nova compreensão da felicidade e do bem-estar. Rio de Janeiro: Objetiva.

Siqueira, M. M. M., & Padovam, V. A. R. (2008). Bases teóricas de bem-estar subjetivo, bem-estar psicológico e bem-estar no trabalho. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 24(2), 201-209. https://doi.org/10.1590/S0102-37722008000200010.

Sousa, G. Z. P., & Fukuda, C. C. (2021). Florescimento: características e definição constitutiva. Revista JRG De Estudos Acadêmicos, 4(9), 319–337. https://doi.org/10.5281/zenodo.5767443

Taylor, E. (2001). Positive psychology and humanistic psychology: a reply to Seligman. Journal of Humanistic Psychology, 41, 13-29.

VIA Institute of Character. (2016). VIA Classificação de Forças de Caráter. Disponível online em: http://www.viacharacter.org/www/Character Strengths/VIA-Classification

Wagner, L., Pindeus, L., & Ruch, W. (2021). Character Strengths in the Life Domains of Work, Education, Leisure, and Relationships and Their Associations With Flourishing. Frontiers in Psychology, 12, 597534. https://doi.org/10.3389/fpsyg.2021.597534

Wagner, L., & Ruch, W. (2023). Displaying character strengths in behavior is related to well-being and achievement at school: Evidence from between- and within-person analyses. The Journal of Positive Psychology, 18(3), 460-480. DOI: http://doi.org/10.1080/17439760.2022.2109196

Waterman, A. S. (2013). The humanistic psychology-positive psychology divide: contrasts in philosophical foundations. American Psychologist, 68(3), 124-133.

Downloads

Publicado

2024-02-29

Como Citar

BABOLIN, R. L. A.; FUKUDA, C. C. Relação entre forças de caráter e bem-estar: revisão sistemática da literatura. Revista JRG de Estudos Acadêmicos , Brasil, São Paulo, v. 7, n. 14, p. e14957, 2024. DOI: 10.55892/jrg.v7i14.957. Disponível em: http://revistajrg.com/index.php/jrg/article/view/957. Acesso em: 27 abr. 2024.

ARK