Abordagem dos aspectos bioquímicos da molécula do glúten e seus desdobramentos no organismo humano
DOI:
https://doi.org/10.55892/jrg.v7i15.1462Palavras-chave:
alergia, diagnóstico, doença celíaca, glúten, sensibilidadeResumo
O presente estudo demonstra as possibilidades diagnósticas da Doença Celíaca por meio da investigação clínica e de exames laboratoriais específicos, analisando a condição individual de cada pessoa, as consequências da ingestão de glúten no organismo e diferenciando alergia, sensibilidade e intolerância a essa substância. A pesquisa foi conduzida por meio de uma investigação descritivo-exploratória com abordagem qualitativa, utilizando um questionário estruturado e objetivo. Os questionários foram enviados via link do Microsoft Forms®, por WhatsApp® e e-mail, direcionados a médicos que atuam nas especialidades relacionadas, direta ou indiretamente, ao trato gastrointestinal e a processos alérgicos. Os resultados são fundamentados nas respostas dos questionários. Em relação à definição da Doença Celíaca, ela é caracterizada como uma enteropatia autoimune induzida pela ingestão de glúten, com possível correlação genética. Os aspectos epidemiológicos da doença revelam que ela é uma das intolerâncias alimentares mais comuns no mundo. O diagnóstico geralmente é tardio e as manifestações clínicas são sistêmicas. As complicações mais graves da Doença Celíaca incluem osteoporose, infertilidade, linfomas de células-T e adenocarcinoma do intestino delgado. Para o diagnóstico da doença, os exames mais frequentemente solicitados são os autoanticorpos Anti-Transglutaminase Tecidual (tTG), Anti-Endomísio (EMA), Anti-Gliadina (AGA), Antígenos Leucocitários Humanos (HLA) DQ2 e DQ8, biópsia e endoscopia. Conclui-se que o tratamento mais eficaz para a Doença Celíaca consiste em uma dieta rigorosamente isenta de glúten, que deve ser mantida de forma permanente. É importante destacar que a sensibilidade ao glúten não é a mesma coisa que a Doença Celíaca; embora apresentem sintomas semelhantes, a investigação médica pode revelar resultados distintos nos exames, e as manifestações clínicas da sensibilidade ao glúten tendem a ser mais brandas.
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