Identificação de variáveis referentes aos aspectos de saúde bucal em mulheres pós-alta de hanseníase

Autores

DOI:

https://doi.org/10.55892/jrg.v6i12.415

Palavras-chave:

Mulheres, Hanseníase, Pós-alta, Avaliação oral

Resumo

Objetivo: Objetivou-se avaliar a condição oral nas mulheres pós-alta de hanseníase no município de Rio Largo – AL, que foram diagnosticadas no período de 2007 a 2017  Metodologia: Trata-se de um estudo de corte transversal realizado em um grupo de mulheres que tiveram pós-alta do tratamento de hanseníase no período de 2007 a 2017. Inicialmente em janeiro de 2019 realizou-se levantamento no setor de Epidemiologia e Vigilância da Secretaria Municipal para identificação e relação nominal de mulheres pós-alta de hanseníase. A coleta de dados aconteceu no segundo semestre de 2019 em unidades básicas do município, incluiu realização de exame extra e intra bucal com a finalidade de observar alteração na face, na espinha nasal, maxila, mandíbula além de avaliação da dentição, uso de prótese, mucosa, língua. Resultados:14 mulheres participaram da pesquisa, houveram relatos de ausência da orientação para procura do serviço de odontologia. Entre as lesões intrabucais identificadas alguns destaques foram percentuais de hiperplasia - com ou sem trauma de prótese, língua fissurada, pigmentação, língua geográfica, língua saburrosa. 50% das mulheres utilizavam prótese dos tipos total ou parcial removível, e 50% não faziam esse uso. Quanto a avaliação de dentes cariados, perdidos e obturados (CPO-D) foi encontrado um alto índice entre elas, evidências de inflamação gengival e sangramento ao escovar também foram encontradas. CONCLUSÃO: As mulheres afetadas pela hanseníase apresentaram precárias condições de saúde bucal, sendo essencial o estabelecimento de meios de tratamento para reduzir os focos de infecções predisponentes para reações hansênicas bem como contribuir com o diagnóstico da doença. Os resultados apontaram ainda para a necessidade da sensibilização e articulação para um olhar integral com essas pessoas, além do fortalecimento da atuação interdisciplinar, sobretudo na atenção básica.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Rayssa Gysele Teixeira da Silva, Universidade Federal de Alagoas, UFAL, Brasil

Enfermeira graduada pelo Centro Universitário Tabosa de Almeida - ASCES/UNITA (2021). Mestranda em Enfermagem no cuidado em saúde e na promoção da vida pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem (PPGENF) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Pós-Graduanda em Saúde Pública pela Faculdade Trilógica de São Paulo, atuando no programa de controle e vigilância da hanseníase na Secretaria de Saúde do Estado de Alagoas - Superintendência de Vigilância em Saúde - SUVISA. Coordenadora científica da REDE HANS-AL. Integra o grupo de pesquisa Vulnerabilidades e Doenças Negligenciadas, pesquisando na linha Doenças Negligenciadas e a Política de Saúde No Brasil. Durante a graduação atuou como monitora nas disciplinas: Gerenciamento de Serviços Básicos de Saúde, Fisiologia e Epidemiologia.

Clodis Maria Tavares, Universidade Federal de Alagoas, UFAL, AL, Brasil

Possui graduação em Enfermagem pela Universidade Federal do Ceará (1976), Mestrado em Saúde Pública com área de concentração em Epidemiologia pela Universidade Federal do Ceará (1997) e Doutorado em Ciências - EERP-USP (2014). Atualmente é Profa. Aposentada e Colaboradora da Universidade Federal de Alagoas. Professora da Pós-graduação (Mestrado) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Vinculada como docente permanente do Programa de Pós-graduação em Enfermagem atuando nas linhas de pesquisa: enfermagem, vida, saúde, cuidado dos grupos humanos. Voluntária do Movimento de reintegração das pessoas atingidas pela hanseníase -MORHAN-AL. Coordenadora da Rede Universitária Nacional de Combate à hanseníase.

Robertson Delano da Silva, Universidade Federal de Alagoas, UFAL, AL, Brasil

Cirurgião-Dentista graduado pela Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Alagoas - (UFAL). Foi monitor da disciplina de Saúde Coletiva I (2017 e 2018). Monitor da Disciplina de Deontologia e Odontologia Legal (2019) . Membro do projeto de Extensão Sorriso Coletivo (2017-2018).Membro monitor no Treinamento de Ações Básicas para o Controle da Hanseníase e Preparo para a Formação do grupo de Auto Cuidado (2016) Membro do projeto de Extensão Cuidados em Saúde Bucal em um Centro de Educação e Recuperação Nutricional(CREN) (2018-2019). Membro do projeto de Extensão Down Sorriso (FOUFAL/UFAL - 2018-2019) Membro do Grupo de Pesquisa de Doenças Negligenciadas e Parasitárias - GDNEP. Membro colaborador do Programa de Bolsa Institucional de Iniciação Cientifica no projeto de pesquisa " Avaliação oral de mulheres pós-alta de hanseníase no período 2007 a 2017 no município de Rio Largo- AL (PIBIC/CNPq- 2018-2019)

Môyra Thayná do Amaral Medeiros, Centro Universitário CESMAC, AL, Brasil

Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial pelo Centro Universitário CESMAC- FEJAL (2018), em Maceió-AL, Brasil. Graduada em Odontologia pelo Centro Universitário CESMAC-FEJAL (2013); foi extensionista dos projetos de extensão comunitária: Odontogeriatria- resgatando sorrisos (2013-2013) e Extensão e Serviço de Traumatismo Dentário (2013-2013), desta mesma instituição. Cursou Atualização em Cirurgia Oral Menor (2012-2012) na Instituição de Atendimento e Estudos Odontológicos do Nordeste-IDENT.

Maria do Socorro Alecio Barbosa, Universidade Estadual de Pernambuco, PE, Brasil

Possui graduação em Enfermagem pela Universidade Federal de Alagoas (1988) e mestrado em CIÊNCIAS DA SAÚDE pela Universidade Federal de Alagoas (2009) doutoranda pela Universidade de Pernambuco. Atualmente é estudante - PESQUISA E DESENVOLVIMENTO, ex professora p Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas e concurso - TRIBUNLA REGIONAL DA 19ª REGIÃO. Tem experiência na área de Enfermagem, com ênfase em Organização dos Serviços de Saúde do Trabalho, atuando principalmente nos seguintes temas: perfil epidemiológico, enfermagem, classificação de risco, enfermagem , enfermeiros, hipertensão enfermeiro cuidar e barbosa,m.s.a.

Edilma Gomes Rocha Cavalcante, Universidade Regional do Cariri, CE, Brasil

Possui graduação em Enfermagem e Obstetrícia pela Universidade Estadual da Paraíba (1996), mestrado em Cuidados Clínicos em Saúde em Enfermagem pela Universidade Estadual do Ceará (2008) e doutorado em Enfermagem pela Escola de Enfermagem Universidade de São Paulo (2012) e pós-doutorado em Cuidados Clínicos em Enfermagem e Saúde pela Universidade Estadual do Ceará (2021). Atualmente é professora associada da Universidade Regional do Cariri (URCA), professora permanente do Mestrado Acadêmico em Enfermagem da URCA e pesquisadora do Grupo de Pesquisa em Saúde Coletiva (GRUPESC). Coordenadora do Morhan-Crato-CE; Coordenadora da MicroREdeHans-Cariri. Membro da RedeHans-CE e RedeHans-BR. Experiência na área de Enfermagem, com ênfase em Saúde Coletiva, atuando principalmente nos seguintes temas: doenças infecciosas e endêmicas.

Referências

WHO, World Health Organization. (2020). Global leprosy (Hansen disease) update, 2020: impact of COVID-19 on global leprosy control. Weekly Epidemiological Record, 36(96).

² Brasil. Ministério da Saúde. (2022). Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Hanseníase. Portaria Nº 67, de 7 de julho de 2022. 2022. Disponível em: https://www.gov.br/conitec/pt-br/midias/protocolos/20220712_pcdt_hanseniase.pdf. Acesso em: 01 jul. 2022.

Bernardes Filho, F., Paula, N. A. de, Leite, M. N., Abi-Rached, T. L. C., Vernal, S., Silva, M. B. da, Barreto, J. G., Spencer, J. S., & Frade, M. A. C. (2017). Evidence of hidden leprosy in a supposedly low endemic area of Brazil. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, 112(12), 822–828. https://doi.org/10.1590/0074-02760170173

Alves, G. M. G., Melo, G. C. de, Teixeira, C. S. S., Carvalho, L. W. T. de, Tavares, C. M., & Araújo, K. C. G. M. de. (2021). Características epidemiológicas e espaço-temporal de casos novos de hanseníase em municípios do estado de Alagoas, Brasil. Research, Society and Development, 10(5), e48510514962. https://doi.org/10.33448/rsd-v10i5.14962

Filgueira, A. de A., Paresque, M. A. C., Carneiro, S. M. F., & Teixeira, A. K. M. (2014). Saúde bucal em indivíduos com hanseníase no município de Sobral, Ceará. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 23(1), 155–164. https://doi.org/10.5123/S1679-49742014000100015

Carvalho, K. M., Torres, C. R. D., Oliveira, E. A. R., Luz, A. L. de A., Monteiro, C. F. de S., & Moura, M. E. B. (2015). Quantitative and qualitative approaches in health research/Abordagens quantitativa e qualitativa nas pesquisas em saúde/Enfoques cuantitativo y cualitativo en la investigación sanitaria. Revista de Enfermagem da UFPI, 4(1), 129. https://doi.org/10.26694/reufpi.v4i1.3134

Brasil. Ministério da Saúde. (2022). Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Hanseníase. Portaria Nº 67, de 7 de julho de 2022. 2022. Disponível em: https://www.gov.br/conitec/pt-br/midias/protocolos/20220712_pcdt_hanseniase.pdf.

Filgueira, A. de A., Linhares, M. S. C., Farias, M. R., Oliveira, A. G. R. da C., & Teixeira, A. K. M. (2020). Relação da saúde bucal com reações hansênicas em município hiperendêmico para hanseníase. Cadernos Saúde Coletiva, 28(1), 44–55. https://doi.org/10.1590/1414-462x202028010033

Cortela, D. C. B., Souza Junior, A. L. de, Virmond, M. C. L., & Ignotti, E. (2015). Inflammatory mediators of leprosy reactional episodes and dental infections: A systematic review. Mediators of Inflammation, 2015, 1–15. https://doi.org/10.1155/2015/548540

Sheepers A., Lemmer J & Lownie JF. (1993). Oral manifestations of leprosy. Lepr Ver, 64(1).

Souza, V. A., Emmerich, A., Coutinho, E. M., Freitas, M. G., Silva, E. H., Merçon, F. G., Souza, A. C., Balla, V. A. C., Zandonadi, E., Peixoto, R. R. G., & Deps, P. D. (2009). Dental and oral condition in leprosy patients from Serra, Brazil. Leprosy Review, 80(2), 156–163.

Brasil, J., Opromolla, D.V.A., Souza-Freitas, J.A & Rossi, J.E.S. (1973). Estudo histopatológico e baciloscópico de lesões lepróticas da mucosa bucal. Estomat Cult. 7(2).

Siddiqui, R., Ansari, M.H., Khan, M.H & Siddiqui, Z.A. (2019). Manifestação oral da hanseníase: uma revisão narrativa. Acta Sci Dent Sci, 3.

Vohra, P., Rahman, M. U., Subhada, B., Tiwari, R. C., Nabeel Althaf, M., & Gahlawat, M. (2019). Oral manifestation in leprosy: A cross-sectional study of 100 cases with literature review. Journal of Family Medicine and Primary Care, 8(11), 3689. https://doi.org/10.4103/jfmpc.jfmpc_766_19

Abreu, M. A. M. M. de, Michalany, N. S., Weckx, L. L. M., Neto Pimentel, D. R., Hirata, C. H. W., & Alchorne, M. M. de A. (2006). A mucosa oral na hanseníase: Um estudo clínico e histopatológico. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, 72(3), 312–316. https://doi.org/10.1590/S0034-72992006000300004

Brasil. Ministério da Saúde. (2010). Coordenação Nacional de Saúde Bucal. Projeto SB Brasil 2010: condições de saúde bucal da população brasileira. Brasília, DF: Ministéio da Saúde.

Almeida, J. R. de S., Alencar, C. H., Barbosa, J. C., Dias, A. A., & Almeida, M. E. L. de. (2013). Autopercepção de pessoas acometidas pela hanseníase sobre sua saúde bucal e necessidade de tratamento. Ciência & Saúde Coletiva, 18(3), 817–826. https://doi.org/10.1590/S1413-81232013000300027

Russo, M. P., Corrêa, C. T., Martins, M. A. T., & Martins, M. D. (2005). Aspectos da doença de Hansen relevantes para o cirurgião-dentista: Revisão da literatura. Revista Odonto Ciência, 20(48), 126–131.

Downloads

Publicado

2023-01-12

Como Citar

SILVA, R. G. T. da; TAVARES, C. M.; SILVA, R. D. da; MEDEIROS, M. T. do A.; BARBOSA, M. do S. A.; CAVALCANTE, E. G. R. Identificação de variáveis referentes aos aspectos de saúde bucal em mulheres pós-alta de hanseníase. Revista JRG de Estudos Acadêmicos , Brasil, São Paulo, v. 6, n. 12, p. 01–08, 2023. DOI: 10.55892/jrg.v6i12.415. Disponível em: https://revistajrg.com/index.php/jrg/article/view/415. Acesso em: 19 abr. 2024.

ARK