Além das palavras: esquizoanálise da violência discursiva contra professoras
DOI:
https://doi.org/10.55892/jrg.v7i14.1182Palavras-chave:
Discurso de poder, Colonialidade, Violência verbal, Violência contra professorasResumo
Este artigo explora o processo de subjetivação sob a perspectiva da Psicologia da Diferença - Esquizoanálise, fundamentado nas teorias de Gilles Deleuze e Felix Guattari. O estudo busca compreender como a violência discursiva afeta a prática docente, especialmente entre as professoras, e como ela reflete as culturas históricas que permeiam as relações entre professores e alunos. A pesquisa é de natureza qualitativa quanto aos objetivos e utiliza a análise do discurso comunicacional para examinar um incidente ocorrido em um Centro de Educação de Tempo Integral na periferia de Goiânia a partir de um discurso de comunicação violenta por parte de um estudante. O incidente envolveu um aluno do 7º ano e uma professora e teve um impacto perturbador não apenas na professora visada, mas também na estrutura escolar, provocando mudanças de horários, substituição de professores e intervenções de pais e do Conselho Tutelar. O estudo destaca que a escola, localizada em uma área de vulnerabilidade social que já enfrentava desafios como desigualdades socioeconômicas e violência comunitária, reflete um microcosmo das tensões sociais mais amplas da região. A análise do incidente fornece insights valiosos sobre a interação entre a violência discursiva e a prática docente em contextos desafiadores, buscando explicar que a comunicação é uma característica inerente ao ser humano, existente em todas as interações sociais, incluindo as formas de organização institucional e econômica que está integrada aos processos produtivos e se concretiza principalmente através da linguagem verbal e que esta é resultante de vários aspectos que envolvem as condições de poder.
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