Os afetos da mulher psicoterapeuta – Medo e violência

Autores

DOI:

https://doi.org/10.55892/jrg.v7i15.1317

Palavras-chave:

Afetos, afecções, emoções, medo, violência, psicóloga clínica

Resumo

No presente artigo, realizamos um mapeamento dos afetos de mulheres psicoterapeutas entrevistadas em 2022. Realizamos uma seleção dos depoimentos ligados ao afeto medo, à possibilidade de sofrer violência e suas repercussões. A análise foi fundamentada na teoria dos afetos de Spinoza. Também consideramos os aspectos políticos na literatura de Deleuze e Foucault. Mapeamos o plano afetivo de psicólogas em suas respectivas atuações clínicas, acompanhando como seus afetos estão presentes na avaliação do campo terapêutico e seus processos. O medo provoca um estado de vigilância que, se prolongado, leva à redução da potência de uma pessoa, comprometendo sua capacidade de agir. De acordo com Spinoza (2009), os afetos tristes, como o medo, impedem a mente de formar ideias claras e distintas, limitando, desse modo, a capacidade de intervenção terapêutica eficaz. Evidenciou-se nesse mapeamento o impacto da violência de gênero, os movimentos de submissão e docilização dos corpos femininos e as estratégias de enfrentamento dessas mulheres. Este trabalho busca evidenciar as dificuldades que as psicoterapeutas enfrentam ao realizar seu trabalho, justamente em função das relações de poder estabelecidas entre os gêneros, em uma oposição distintiva que coloca o masculino em posição de superioridade em relação ao feminino.

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Biografia do Autor

Jefferson de Jesus Brandão, Universidade Católica de Brasília

Graduação em Psicologia. Especialista em Gestalt Terapia. Mestre em Psicologia.

Ondina Pena Pereira, Universidade Católica de Brasília

Graduação em Ciências Sociais Mestrado em Filosofia. Doutorado em Antropologia. Pós-doutorado em Psicologia Social

 

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Publicado

2024-07-12

Como Citar

BRANDÃO, J. de J.; PEREIRA, O. P. Os afetos da mulher psicoterapeuta – Medo e violência. Revista JRG de Estudos Acadêmicos , Brasil, São Paulo, v. 7, n. 15, p. e151317, 2024. DOI: 10.55892/jrg.v7i15.1317. Disponível em: https://revistajrg.com/index.php/jrg/article/view/1317. Acesso em: 16 jul. 2024.

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