Uso do geoprocessamento na geração do mapa de solos da bacia hidrográfica do rio Camaratuba – Paraíba
DOI:
https://doi.org/10.55892/jrg.v8i19.2079Palavras-chave:
Bacia hidrográfica, Solos, Geotecnologias, Qgis, Recursos naturaisResumo
As bacias hidrográficas são unidades fundamentais para o planejamento e a gestão ambiental, sendo formadas por áreas de captação natural da água da chuva que escoa para um corpo hídrico. A correta caracterização dos solos dessas áreas é essencial para avaliar seu potencial agrícola e propor estratégias de uso sustentável. A classificação de solos no Brasil foi atualizada pela Embrapa (2018), tornando necessária a reclassificação de áreas anteriormente estudadas. O presente trabalho teve como objetivo reclassificar os solos da bacia hidrográfica do rio Camaratuba utilizando a nova metodologia do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (Embrapa, 2018), com apoio do software livre QGIS versão 3.26.A partir da metodologia adotada, foi gerado um novo mapa de solos da bacia hidrográfica, identificando quatro classes principais: Plintossolos Argilúvicos, Neossolos Quartzarênicos, Gleissolos Tiomórficos e Neossolos Flúvicos. Os Plintossolos Argilúvicos foram os mais representativos, ocupando 61,17% da área da bacia, enquanto os Gleissolos Tiomórficos representaram apenas 1,31%. Os resultados refletem as condições geológicas e climáticas da região, caracterizadas por solos profundos e intemperizados, com presença de rochas calcárias ao oeste e formações sedimentares como arenitos e argilitos (Francisco et al., 2023). A distribuição da rede de drenagem e dos poços artesianos mostrou uma maior concentração de estruturas no setor oeste da bacia, o que também está relacionado à geologia local.Constatou-se que os Plintossolos Argilúvicos são predominantes na bacia hidrográfica do rio Camaratuba, seguidos pelos Neossolos Quartzarênicos. A utilização do software QGIS mostrou-se eficiente na geração dos mapas e na análise espacial dos solos, contribuindo para o planejamento ambiental da área. A aplicação das novas diretrizes da Embrapa permitiu uma atualização relevante da classificação pedológica, essencial para subsidiar ações de manejo, conservação e uso racional dos recursos naturais da bacia.
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