Análise temporal do uso e ocupação do solo da bacia hidrográfica do rio Soledade-PB

Resumo

A bacia hidrográfica do Rio Soledade, localizada em uma região semiárida do Brasil, tem sido palco de significativas alterações na sua paisagem, impulsionadas por pressões antrópicas como a expansão agrícola e o uso inadequado do solo, somadas aos efeitos de oscilações climáticas como secas prolongadas. Este estudo analisou a dinâmica da cobertura vegetal da bacia entre os anos de 1985 a 2025, utilizando o Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI), derivado de imagens de satélite. Os resultados hipotéticos indicaram uma tendência geral de redução nos valores médios de NDVI ao longo das décadas, com destaque para a expansão de áreas de solo exposto e a fragmentação das formações vegetais mais densas. Inicialmente, em 1985, predominavam formações de Caatinga mais robustas, com valores de NDVI indicando vegetação densa. Contudo, a partir de 2005, e de forma mais acentuada após 2015, observa-se uma progressiva degradação da cobertura vegetal. A análise dos mapas mostrou que as áreas com maior perda de vegetação estariam concentradas nas porções da bacia com maior atividade agrícola e próximas a assentamentos urbanos, indicando a influência direta das atividades humanas. A diminuição do NDVI reflete a substituição de formações arbustivo-arbóreas por vegetação rasteira ou solo exposto, evidenciando o impacto das atividades agropecuárias não sustentáveis e a vulnerabilidade da bacia às condições climáticas adversas. O NDVI, neste contexto revelou-se uma ferramenta essencial para o monitoramento da degradação ambiental, permitindo a identificação de áreas críticas e a compreensão dos padrões espaciais e temporais da perda de cobertura vegetal