O papel essencial da farmacocinética e farmacodinâmica (PK/PD) na otimiza-ção da terapia antimicrobiana em unidade de terapia intensiva: estratégia fun-damental na mitigação da resistência bacteriana

Resumo

A resistência antimicrobiana (RAM) representa uma das maiores ameaças globais à saúde pública, sendo exacerbada pelo uso inadequado de antimicrobianos. No ambiente da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), a eficácia terapêutica é comprometida pela elevada prevalência de patógenos e, crucialmente, pela instabilidade farmacocinética (PK) dos pacientes críticos. Objetivo Explorar os papeis essenciais da Farmacocinética e Farmacodinâmica (PK/PD) na Otimização da Terapia Antimicrobiana em Unidade de Terapia Intensiva, identificando as estratégias fundamentais na mitigação da Resistência Bacteriana, levando em consideração as variáveis fisiopatológicas do paciente grave (PK), os índices dose-resposta (PD) e características de resistência do patógeno. Método Trata-se de uma pesquisa de revisão da literatura, com análise qualitativa dos dados, as fontes de pesquisa utilizadas foram artigos científicos. Utilizou-se a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) como veículo de pesquisa, selecionando as evidências em saúde nas seguintes bases de dados: Bases de dados Sistema Online de Busca e Análise de Literatura Médica (MEDLINE), Base de Dados de Enfermagem (BDENF), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), e Portal da Capes. Foram considerados com critério de inclusão: artigos publicados nos últimos 10 anos, nos idiomas português, inglês e espanhol. Resultados  A otimização posológica, guiada por índices PK/PD (como %fT>CIM, fCmax/CIM e fASC/CIM) e estratégias como a infusão estendida de beta-lactâmicos e o Monitoramento Terapêutico de Fármacos (MTF), é fundamental para contrariar as alterações fisiopatológicas típicas da sepse, como o aumento do volume de distribuição (Vd) e a depuração renal aumentada (ARC). Conclusão a otimização da terapia antimicrobiana é o resultado do equilíbrio entre: 1) o estado fisiopatológico do hospedeiro (PK), que define a concentração do fármaco no local da infecção; 2) o mecanismo de ação do fármaco (PD e índices PK/PD), que define a exposição ideal necessária para matar; e 3) a suscetibilidade do patógeno (CIM/Resistência), que estabelece a dificuldade do alvo a ser atingido.