O esperançar no adoecimento pelo câncer: análise da esperança como recurso de enfrentamento do câncer por pacientes oncológicos
DOI:
https://doi.org/10.55892/jrg.v6i13.874Palavras-chave:
Neoplasias, Paciente oncológico, Ajustamento emocional, Estratégia de adaptação, EsperançaResumo
O diagnóstico de câncer ainda é encarado como uma sentença de morte, apesar dos avanços na medicina. O equilíbrio psicológico da pessoa diagnosticada fica ameaçado. Este estudo visou reconhecer nos pacientes oncológicos o esperançar (expectativa otimista no futuro) como um recurso de enfrentamento. Entrevistou-se dez pacientes internados em um hospital com diagnóstico oncológico confirmado por meio de exames anatomopatológicos. Utilizou-se de questionário sociodemográfico, roteiro de entrevista semiestruturada e a Escala de Esperança de Herth (EEH). Cálculos de frequência e porcentagem caracterizaram socio demograficamente a amostra. Os dados da entrevista semiestruturada foram tabulados, utilizando a Epistemologia Qualitativa e o método construtivo para entender os processos humanos subjetivos. Dos entrevistados, quatro homens e seis mulheres com idade entre 37 e 76 anos, dois eram brancos, seis pardos e dois negros e, quatro solteiros, cinco casados e um viúvo. Um indivíduo não tinha educação formal, um tinha ensino superior completo e o restante possuía ensino médio; sendo três empregados sob o regime de CLT, quatro trabalhadores informais, um aposentado, um autônomo, e um do lar; dois com renda igual a um salário-mínimo, cinco superior e três inferior a essa referência. Os diagnósticos oncológicos primários dos pacientes foram variados: colo de útero, próstata, gástrico, mama e testículo. A maioria dos pacientes havia recebido o diagnóstico há menos de seis meses e estavam em tratamento com quimioterapia isolada e quimioterapia combinada com radioterapia e cirurgia. Constatou-se que os pacientes oncológicos participantes deste estudo demonstraram índices satisfatórios de esperança, evidenciando otimismo em relação à vida e reconhecendo a importância de cada dia, mostrando capacidade de evocar lembranças de momentos felizes e prazerosos e de encontrar conforto e apoio na fé em momentos desafiadores no adoecimento. A esperança se apresentou como uma estratégia de enfrentamento, com elementos focados na espiritualidade e na rede afetiva de apoio.
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