Dor além do físico: a necessidade de uma visão holística no manejo da síndrome da dor total em oncologia

Resumen

A síndrome da dor total, que abrange dimensões físicas, emocionais, sociais e espirituais, é frequentemente subdiagnosticada, impactando negativamente a qualidade de vida dos pacientes. A falta de preparo dos profissionais de saúde para lidar com essa complexidade agrava o sofrimento dos pacientes, especialmente em contextos de cuidados paliativos. Este artigo tem como objetivo relatar a experiência de uma técnica de enfermagem na assistência a pacientes oncológicos com síndrome da dor total, destacando as lacunas no cuidado e propondo estratégias para uma abordagem mais humanizada e integral. Trata-se de um relato de experiência baseado na vivência da primeira autora durante 10 anos de atuação em uma unidade hospitalar, com foco no cuidado a pacientes adultos oncológicos. Identificou-se uma falta de capacitação da equipe multiprofissional para diagnosticar e manejar a síndrome da dor total, resultando em cuidados fragmentados e centrados apenas no alívio da dor física. A sobrecarga de trabalho e a ausência de protocolos específicos dificultam a avaliação holística da dor. Como soluções, propôs-se capacitações, integração multidisciplinar, inclusão de suporte espiritual e maior sensibilização dos gestores para a humanização do cuidado. A síndrome da dor total exige uma abordagem holística e interdisciplinar, com ênfase na capacitação profissional e na implementação de protocolos que contemplem todas as dimensões da dor. Mudanças nas práticas assistenciais, como escuta qualificada e avaliação multidimensional, são essenciais para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e promover um cuidado mais digno e eficaz.