Preconceito racial no Brasil: percepções de estudantes universitários na Amazônia Ocidental
DOI:
https://doi.org/10.55892/jrg.v7i15.1730Palavras-chave:
racismo, estudantes universitários, preconceito racialResumo
Introdução: A Amazônia Ocidental, rica em diversidade cultural, também enfrenta desafios significativos relacionados ao racismo. Este estudo visa compreender como jovens universitários da região percebem e enfrentam o preconceito racial, contribuindo para um debate mais profundo sobre desigualdades raciais no Brasil. Metodologia: A pesquisa, de abordagem quantitativa e qualitativa, foi realizada com estudantes da Faculdade Católica de Rondônia, utilizando um questionário elaborado e distribuído online e presencialmente. O estudo incluiu 200 participantes, focando na autodeclaração étnica, experiências de discriminação e conhecimento sobre racismo. Resultados: Dos participantes, 27% (n=54) relataram já ter sofrido alguma forma de racismo, com o ambiente escolar sendo o local mais frequente (53,7%, n=29), seguido pela rua (42,6%, n=23). Em resposta a essas experiências, 77,8% (n=42) tomaram alguma providência. Quanto ao conhecimento legal, 99,5% (n=199) afirmaram saber que racismo é crime e 96% (n=192) reconheceram a existência de racismo estrutural no Brasil. Apesar de muitos (71,5%, n=143) estarem cursando o ensino superior incompleto, 65% (n=130) expressaram descontentamento com as políticas públicas atuais, embora 60% (n=120) reconhecessem avanços recentes. Discussão: Os resultados indicam que, embora a maioria dos estudantes não tenha vivenciado discriminação, as experiências relatadas sublinham a necessidade de uma abordagem mais crítica nas instituições de ensino. O elevado nível de conscientização sobre racismo como crime e a percepção do racismo estrutural refletem um entendimento crítico entre os alunos, destacando a urgência de reformas nas políticas públicas para abordar efetivamente as raízes do racismo. Conclusão: As universidades desempenham um papel crucial na promoção de uma cultura de respeito e igualdade. Investir em programas de conscientização e políticas afirmativas é essencial para combater o racismo e criar um ambiente acadêmico inclusivo. Futuros estudos devem explorar a complexidade do racismo na sociedade brasileira, visando estratégias efetivas para enfrentar esse desafio persistente.
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