Uso do esquema terapêutico com duplo-carbapenêmico em uma unidade de terapia intensiva
DOI:
https://doi.org/10.55892/jrg.v8i18.1844Palavras-chave:
Unidades de Terapia Intensiva, Infecções Bacterianas, Carbapenêmicos, Enterobacteriáceas Resistentes a Carbapenêmicos, Farmacorresistência Bacteriana MúltiplaResumo
Infecções em pacientes críticos internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), especialmente as Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS), são comuns devido à gravidade da condição clínica e aos procedimentos invasivos a que os pacientes são submetidos, aumentando a suscetibilidade a infecções, causadas principalmente por micro-organismos multirresistentes. Estudos observacionais têm mostrado algum benefício do uso de duplo-carbapenêmico no tratamento de infecções graves, especialmente aquelas causadas por bactérias gram-negativas multirresistentes. Realizou-se levantamento do perfil de uso de duplo-carbapenêmico na UTI de um hospital público do Distrito Federal por meio da coleta retrospectiva dos dados de prontuários de 72 pacientes críticos adultos que tenham utilizado esquema terapêutico com duplo-carbapenêmico por, pelo menos, 48 horas entre março de 2021 e fevereiro de 2023. Observou-se média de idade de 54 anos, sendo o principal motivo de internação as doenças respiratórias, destacando-se a insuficiência respiratória aguda por COVID-19. O início do tratamento foi majoritariamente empírico (81,94%), e a maioria dos pacientes (61,11%) apresentou, pelo menos, um resultado positivo de cultura ao longo da internação na UTI, cujo tempo médio foi de 29,4 dias. Dentre as culturas que levaram ao uso de duplo-carbapenêmico, houve predominância de identificação da bactéria Klebsiella pneumoniae multirresistente. Quase a totalidade dos pacientes recebeu dose aumentada de meropeném em infusão estendida, associado a ertapeném com aprazamento otimizado. Houve 37 (51,39%) óbitos, não sendo possível estabelecer relação com o tratamento. Ao identificar o perfil de uso do esquema com duplo-carbapenêmico, é possível observar a necessidade de abordagem multidisciplinar e integrada para promover o seu uso racional por meio de ações assertivas, como a educação continuada e a adoção de protocolos institucionais para otimizar o tratamento de infecções em UTI.
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