Alzheimer e os desafios dos cuidados de enfermagem ao idoso e ao seu cuidador familiar

Resumo

Introdução: Nos últimos anos, observou-se aumento na expectativa de vida da população, acompanhado pelo envelhecimento e pela maior incidência de doenças crônicas degenerativas, como a doença de Alzheimer. Essa condição progressiva leva o indivíduo à dependência, à perda de autonomia, ao comprometimento cognitivo, a alterações na memória, a sintomas neuropsiquiátricos e mudanças comportamentais, tornando necessária a presença constante de um cuidador. Objetivo: Descrever a atuação dos enfermeiros da Atenção Primária à Saúde frente à doença de Alzheimer e compreender as necessidades de cuidados dos pacientes e de seus cuidadores. Materiais e Métodos: Realizou-se uma revisão integrativa da literatura, com levantamento de artigos científicos nas bases SciELO, LILACS e PubMed. Foram incluídos artigos disponíveis na íntegra, em português ou inglês, e excluídos artigos de opinião, editoriais e duplicados. Resultados: A busca inicial identificou 556 publicações (3 na SciELO, 547 na LILACS e 6 na PubMed). Após triagem na plataforma Rayyan, 40 duplicatas foram removidas, restando 516 artigos para análise de título e resumo, dos quais 498 foram excluídos por não atenderem aos critérios de elegibilidade. Dezoito artigos foram avaliados na íntegra, resultando na exclusão de 12 estudos, e, ao final, 6 artigos foram considerados elegíveis para a revisão. Os estudos evidenciaram que o cuidado ao idoso com Alzheimer apresenta desafios significativos, especialmente na Atenção Primária à Saúde, devido à limitada capacitação profissional, dificuldade no diagnóstico precoce, sobrecarga dos cuidadores e restrições estruturais e de recursos. Barreiras culturais, estigma da doença e fragilidade na continuidade do cuidado também foram identificadas, afetando a integralidade da assistência. Conclusão: Embora os profissionais reconheçam a doença de Alzheimer como uma condição neurodegenerativa que afeta funções cognitivas, observa-se lacuna na aplicação de estratégias específicas de cuidado que melhorem efetivamente a qualidade de vida dos pacientes e o suporte às famílias. A pesquisa evidencia a necessidade de investimentos em capacitação contínua de profissionais de enfermagem, desenvolvimento de políticas públicas específicas e criação de redes de apoio estruturadas para os cuidadores, promovendo um cuidado mais humanizado, eficaz e sustentável.