Explicando o Fenômeno do Impostor em estudantes universitários: Qual a influência dos Traços Perfeccionistas?

Resumen

O fenômeno do impostor é predominante em contextos acadêmicos ou laborais e é caracterizado como a dificuldade que os indivíduos sentem em internalizar conquistas. No contexto universitário, tem estado associado ao perfeccionismo, pois esses estudantes estabelecem padrões elevados, por vezes irreais, para si. Nesse sentido, a presente pesquisa objetivou avaliar a relação entre o perfeccionismo e o fenômeno do impostor em universitários, além de analisar possíveis diferenças entre os sexos na vivência do traço perfeccionista e do impostorismo. Para tanto, contou-se com 207 universitários do Nordeste brasileiro, dos quais a maioria eram do sexo feminino (57,5%), de Instituições públicas (91,3%), que cursavam predominantemente Psicologia (38,9%), com idade variando de 18 a 56 anos. Utilizaram-se como instrumentos de mensuração dos construtos a Short Almost Perfect Scale (SAPS) e a Escala Clance do Fenômeno do Impostor (ECFI), além do questionário sociodemográfico. Os resultados, por meio das análises de correlação, regressão e teste T de Student, demonstraram que o perfeccionismo desadaptativo prediz 37% das características impostoras na amostra, além de que foi observado maiores traços perfeccionistas em pessoas do sexo feminino. Assim, concluiu-se que pessoas perfeccionistas, do sexo feminino, vivenciam o fenômeno do impostor de forma mais acentuada. Logo, são necessárias propostas interventivas no âmbito universitário que visem a promoção do bem-estar e saúde mental estudantil.