O artigo 385 do código de processo penal sob o prisma do sistema acusatório: identificação e implicações de inconstitucionalidade

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.55892/jrg.v8i18.2140

Palabras clave:

Sistema Acusatório, Código de Processo Penal, Inconstitucionalidade, Ministério Público, Imparcialidade

Resumen

O presente estudo analisa o artigo 385 do Código de Processo Penal (CPP) brasileiro sob a ótica do sistema acusatório adotado pela Constituição Federal de 1988. O dispositivo permite ao juiz proferir sentença condenatória mesmo quando o Ministério Público requer a absolvição do réu, gerando discussões acerca de sua constitucionalidade. A pesquisa adota metodologia dedutiva, com abordagem qualitativa e bibliográfica, utilizando doutrinas, jurisprudências e legislações pertinentes. A pesquisa conclui que o artigo 385 é incompatível com o sistema acusatório, violando princípios constitucionais como a imparcialidade do juiz e a separação entre as funções de acusação e julgamento.

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Biografía del autor/a

Carlos Henrique Sousa Nascimento, Universidade Estadual do Tocantins, TO, Brasil

Graduando em Direito da Universidade Estadual do Tocantins (UNITINS).

Gisely Caroline da Silva Carvalho, Universidade Estadual do Tocantins, TO, Brasil

Graduando em Direito da Universidade Estadual do Tocantins (UNITINS).

Fernanda Miler Lima Pinto, Universidade Estadual do Tocantins, TO, Brasil

Doutoranda em Ciências Sociais (UFRRJ), bolsista FAPEMA/SECTI/Gov. do Maranhão. Mestra em Direito Público (UNISINOS). Bacharela em Direito (UFMA) e licenciada em Ciências Sociais (ETEP). Docente da Universidade Estadual do Tocantins (UNITINS). Advogada OAB-MA. Membro dos grupos de pesquisa GLEHE/UNITINS e NEIDISO/UNITINS.

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Publicado

2025-05-26

Cómo citar

NASCIMENTO, C. H. S.; CARVALHO, G. C. da S.; PINTO, F. M. L. O artigo 385 do código de processo penal sob o prisma do sistema acusatório: identificação e implicações de inconstitucionalidade. JRG Journal of Academic Studies , Brasil, São Paulo, v. 8, n. 18, p. e082140, 2025. DOI: 10.55892/jrg.v8i18.2140. Disponível em: https://revistajrg.com/index.php/jrg/article/view/2140. Acesso em: 1 jun. 2025.

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