Percepção e práticas de supervisores de estágio em serviço social sobre equidade em saúde para pessoas com deficiência em um CER em Maceió

Resumo

Este artigo analisa a percepção de assistentes sociais supervisores de estágio sobre as Políticas de Equidade em Saúde voltadas para pessoas com deficiência física e intelectual, no contexto de um Centro Especializado em Reabilitação (CER) localizado em Maceió, Brasil. A investigação foi conduzida na Associação dos Deficientes Físicos de Alagoas (ADEFAL), uma organização não governamental vinculada ao Sistema Único de Saúde (SUS), que presta serviços de reabilitação física, intelectual e auditiva. A motivação para o estudo surgiu da inquietação profissional da autora e da lacuna percebida na formação dos assistentes sociais relativamente às temáticas da equidade em saúde e da educação permanente. Utilizou-se a metodologia qualitativa, com recolha de dados por meio de grupo focal composto por nove assistentes sociais com experiência mínima de seis meses na supervisão de estágio. A análise de conteúdo, com base em Bardin (2016), permitiu identificar quatro unidades de registo: compreensão sobre equidade em saúde; conceito aplicado à deficiência; experiências profissionais; e sugestões de aprimoramento. Os resultados revelaram níveis variados de compreensão sobre o conceito de equidade, frequentemente confundido com igualdade, e uma aplicação ainda incipiente nas práticas institucionais. As participantes apontaram a necessidade de educação permanente, articulação intersetorial e capacitações sistemáticas para consolidar práticas equitativas no atendimento à pessoa com deficiência. Conclui-se que fortalecer o conhecimento crítico sobre equidade em saúde no campo do Serviço Social é essencial para a promoção dos direitos sociais e para a qualificação do cuidado em saúde, reafirmando o papel estratégico das assistentes sociais na construção de práticas inclusivas e transformadoras no contexto da reabilitação.