Educação Alimentar e Nutricional: impactos no comportamento alimentar e perfil nutricional de adultos e idosos na Atenção Primária à Saúde
DOI:
https://doi.org/10.55892/jrg.v8i18.1904Palavras-chave:
Educação alimentar e nutricional, atenção primária à saúde, perfil nutricional, comportamento alimentar, estágio de motivaçãoResumo
O Brasil tem enfrentado mudanças significativas nos padrões de saúde, com a transição de doenças infecciosas para doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como obesidade, diabetes e hipertensão, especialmente entre adultos e idosos. Esses grupos frequentemente enfrentam dificuldades no acesso a alimentos saudáveis e à educação nutricional. A Educação Alimentar e Nutricional (EAN) surge como uma estratégia importante para promover hábitos saudáveis, com um impacto relevante na Atenção Primária à Saúde (APS). Este estudo teve como objetivo avaliar o impacto de um programa de EAN na modificação dos hábitos alimentares e no perfil nutricional de indivíduos atendidos na Unidade Básica de Saúde (UBS), no Distrito Federal (DF). A pesquisa incluiu 22 participantes (15 idosos e 7 adultos), que passaram por atividades coletivas de EAN. Foram utilizados questionários para avaliar o perfil socioeconômico, os hábitos alimentares, o estado nutricional e a motivação para mudança de comportamento alimentar. Os resultados indicaram que, antes da intervenção, a maioria dos participantes apresentava sobrepeso ou obesidade. Após o programa, houve pequenas reduções no Índice de Massa Corporal (IMC), mas sem grandes mudanças. Os participantes mostraram melhorias em alguns hábitos alimentares, como aumento no consumo de frutas frescas, redução de refeições realizadas com distrações eletrônicas e aumento no número de refeições diárias. No entanto, houve um aumento no consumo de alimentos ultraprocessados, como hambúrgueres e doces. Além disso, houve progresso nos estágios de mudança de comportamento alimentar, com um aumento significativo no número de participantes no estágio de "ação". Apesar das limitações, como a amostra pequena e a duração curta da intervenção, o estudo destaca a importância de programas de EAN como ferramentas efetivas para a promoção de saúde, especialmente para grupos vulneráveis. Futuros estudos devem explorar intervenções mais longas e amostras maiores para avaliar com mais precisão os resultados a longo prazo.
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