Entre o desejo e a lei: uma leitura psicanalítica do Complexo de Édipo em A Professora de Piano
DOI:
https://doi.org/10.55892/jrg.v8i19.2554Palavras-chave:
Psicanálise, Complexo de Édipo, Castração, Perversão, FaloResumo
O presente estudo realiza uma análise psicanalítica do filme A Professora de Piano (2001), com o objetivo de compreender como o Complexo de Édipo, a castração e o falo, conforme formulados por Freud e aprofundados por Lacan, manifestam-se na personagem Erika Kohut. A pesquisa, de abordagem qualitativa, baseia-se na observação interpretativa de cenas, falas e comportamentos da protagonista, articulando-os à teoria psicanalítica a partir de revisão bibliográfica. Os resultados indicam que a relação simbiótica e narcísica entre Erika e sua mãe, marcada pela ausência da função paterna, impede a separação simbólica e sustenta uma estrutura perversa em que predominam fetichismo, voyeurismo, exibicionismo, sadismo e masoquismo. Evidencia-se, ainda, a recusa da castração e a busca incessante pelo falo simbólico, representado pelo amor, pelo poder e pela arte, o que a conduz a uma vivência constante de angústia e frustração. Conclui-se que a personagem encarna o conflito entre desejo e lei, revelando, sob a ótica psicanalítica, a impossibilidade de alcançar o gozo pleno e a permanência da falta como condição estrutural do sujeito.
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