Impactos da exposição a pesticidas na gestação e sua relação com o desenvolvimento do Transtorno do Espectro Autista (TEA):uma revisão integrativa

Autores

DOI:

https://doi.org/10.55892/jrg.v8i19.2819

Palavras-chave:

Pesticidas, Gestantes, Exposição Materna, Autismo, Neurodesenvolvimento, Agrotóxicos

Resumo

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento com origem em fatores biológicos, genéticos e ambientais. A exposição materna a pesticidas recebe atenção devido ao potencial neurotóxico e ao uso dessas substâncias. Durante a gestação, o feto apresenta vulnerabilidade, e pesticidas no organismo materno podem interferir na formação do sistema nervoso central, contribuindo para alterações associadas ao TEA. Este estudo caracteriza-se como uma revisão integrativa, conduzida para reunir, analisar e sintetizar as evidências disponíveis sobre a relação entre a exposição gestacional a pesticidas e o risco aumentado de TEA. A metodologia seguiu etapas sistemáticas, incluindo definição da questão norteadora, estabelecimento de critérios de inclusão e exclusão, busca em múltiplas bases de dados, seleção dos estudos, extração das informações relevantes e categorização dos achados. As buscas foram realizadas entre agosto e novembro de 2025 nas bases Google Scholar, Biblioteca Virtual em Saúde, Cochrane Library, SciELO e PubMed. Após triagem inicial de 31 artigos, 21 estudos atenderam aos critérios estabelecidos e compuseram a análise final. Os resultados apontam que diferentes classes de pesticidas — organofosforados, organoclorados, piretróides e herbicidas como o glifosato — interferem em processos essenciais do neurodesenvolvimento fetal, incluindo neurotransmissão, diferenciação neuronal, atividade enzimática e modulação epigenética. Estudos indicam que fatores genéticos maternos influenciam a metabolização dessas substâncias, aumentando a susceptibilidade mesmo em exposições moderadas. Populações expostas apresentam biomarcadores acima dos níveis de referência, evidenciando exposição contínua. Intervenções simples, como o consumo de alimentos orgânicos, reduzem a carga de pesticidas e funcionam como medida preventiva. A literatura destaca a necessidade de políticas públicas mais rigorosas sobre agrotóxicos. Conclui-se que a exposição gestacional a pesticidas é um fator ambiental relevante que pode contribuir para o risco do TEA. A revisão destaca a importância do aprofundamento de pesquisas futuras e da adoção de medidas preventivas voltadas à redução da exposição durante a gestação

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Biografia do Autor

Maria Clara de Faria Morais, Centro Universitário de Patos de Minas, MG,Brasil

Graduanda em Medicina pelo Centro Universitário de Patos de Minas.

Maria Isabela Luís, Centro Universitário de Patos de Minas,MG,Brasil

Graduanda em Medicina pelo Centro Universitário de Patos de Minas.

Natália de Fátima Gonçalves Amâncio, Centro Universitário de Patos de Minas, MG,Brasil

Graduada em Fisioterapia, Mestrado e Doutorado em Promoção da Saúde pela Universidade de Franca.

Juliana Lilis da Silva, Centro Universitário de Patos de Minas, MG,Brasil

Graduada em Ciência da Computação pela Universidade Federal de Ouro Preto, Mestrado em Ciência da Computação pela Universidade Federal de Uberlândia.

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Publicado

2025-12-30

Como Citar

MORAIS, M. C. de F.; LUÍS, M. I.; AMÂNCIO, N. de F. G.; SILVA, J. L. da. Impactos da exposição a pesticidas na gestação e sua relação com o desenvolvimento do Transtorno do Espectro Autista (TEA):uma revisão integrativa . Revista JRG de Estudos Acadêmicos , Brasil, São Paulo, v. 8, n. 19, p. e082819, 2025. DOI: 10.55892/jrg.v8i19.2819. Disponível em: http://revistajrg.com/index.php/jrg/article/view/2819. Acesso em: 30 dez. 2025.

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